Minas Gerais possui atualmente 29 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose bovina, doenças consideradas impactantes para a economia estadual. Os estabelecimentos certificados estão localizados nas regiões de Bambuí, Coromandel, Itajubá, Itamonte, Juiz de Fora, Lambari, Lavras, Patos de Minas, Piumhi, Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí e Vazante, conforme nota do Governo/MG.
De acordo com o informe, mais 61 propriedades em todo o Estado estão em processo de certificação para obterem o status de livres dessas doenças. As certificações são recomendadas como ação voluntária no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2001. O IMA – que tem escritório regional em Ponte Nova – é o responsável pela execução do programa em Minas Gerais.
Dentre as vantagens de se possuir o certificado, com duração de um ano, está a isenção da obrigatoriedade de apresentação de atestados de realização de exames negativos de brucelose e tuberculose para transportar os animais para fora do Estado e participação em eventos agropecuários. Além disso, é um programa que envolve todo o setor produtivo, comunidades rurais, o setor industrial e os consumidores.
De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, a expectativa é que cada vez mais estabelecimentos obtenham o título. A certificação de propriedades livres e monitoradas é uma oportunidade que os produtores possuem para agregar valor e garantir a qualidade de seus produtos, explica.
O interessado em certificar sua propriedade deve procurar o Escritório do IMA ao qual pertence sua propriedade, acompanhado de médico veterinário habilitado. É preciso preencher requerimento, e, a partir disso, o Instituto faz vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. O período mínimo para concessão da certificação é de nove meses – pela necessidade de realização de três exames consecutivos negativos de todos os animais da propriedade – com prazo determinado entre os mesmos.
O procedimento para certificação é voluntário, e o status de propriedade livre é voltado para produtores de gado de leite, enquanto o status de propriedade monitorada é válido para produção de gado de corte.
De acordo com Altino, normalmente as vacinações contra a brucelose aumentam durante a campanha contra a febre aftosa, realizada em maio e novembro, sempre com grande repercussão. Sendo assim, vale lembrar aos pecuaristas o quão importante é esta ação. Vacinar o rebanho contra doenças que causem impacto na economia e na saúde pública é essencial para manter a sanidade dos animais, colaborando assim para a segurança alimentar e o desenvolvimento do setor, complementa. Até o mês de setembro, um total de 1,4 milhão de bezerras foi imunizado contra a brucelose em Minas Gerais, o que já representa cerca de 61% do total de fêmeas vacináveis no Estado neste ano.
Enfermidades
A brucelose e a tuberculose são uma das principais causas de perdas econômicas na produção pecuária em todo o território brasileiro, já que podem provocar aborto, queda na produção de leite, menor número de bezerros e ainda o desenvolvimento tardio destes animais.
A brucelose bovina é causada pela bactéria Brucella abortus, enquanto a tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium bovis. Ambas são zoonoses, podendo infectar e levar a doença ao homem, com grande importância para a saúde pública.
Com relação à tuberculose, não existe vacina. A melhor forma de prevenir a doença no rebanho é comprar somente animais que apresentem resultado negativo no teste para essa doença. No caso da brucelose, a vacinação com a amostra B19 é obrigatória para fêmeas entre 03 e 8 meses de idade, devendo ser realizada sob responsabilidade de médico veterinário cadastrado no IMA.