Depois de mais de oito meses de muita angústia, chegou ao fim, na tarde desta sexta-feira, 27/8, a esperança de que o músico Vinícius Maia Carvalho (Mainha) voltasse para o convívio com familiares e amigos. Desaparecido desde 11/1 deste ano, Mainha foi reconhecido por meio de exame de DNA feito em ossada encontrada em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas.
De acordo com a chefe de Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, delegada Cristina Coelli, o resultado do exame – feito a partir de material genético – foi concluído nesta tarde. Recebi, do Departamento de Biologia, a confirmação de que o DNA é positivo. O resultado aponta que a ossada é de Vinícius Maia, declara a delegada, que informou que a família do músico foi contatada imediatamente.
Estamos na casa dos pais dele ainda processando a informação, disse o cunhado de Vinícius, Leonardo Vila Real. Segundo ele, a notícia foi recebida com muita tristeza, e a família pretende se manifestar neste sábado sobre o desfecho trágico das buscas pelo músico. A Polícia Civil ainda não divulgou detalhes sobre o local e as circunstâncias em que a ossada foi encontrada. O órgão apenas adiantou que ela estava na cidade de Conselheiro Lafaiete.
Desde a data do desaparecimento, amigos e parentes de Mainha se uniram em mutirões para tentar localizar o músico. Ele foi visto pela última vez na tarde de 11/1 quando voltava do litoral capixaba, onde passou as festas de fim de ano com a família. Vinícius estava com o pai, 63 anos, quando teria sofrido um surto. Ele deu um golpe no volante do veículo, que bateu na contenção de ponte que passa sobre o rio Doce, na cidade de Rio Casca, na Zona da Mata Mineira. Conforme relato do pai, Vinícius pulou nas águas do rio, nadou até a margem contrária e se embrenhou no matagal.
À época, o irmão do músico Gustavo Maia Carvalho, 33, contou que Mainha estava depressivo durante a viagem em família. Ele caiu numa crise profunda de depressão. Tristeza mesmo. Ninguém sabe por quê. Passou a virada do ano na praia e dois dias antes de desaparecer começou a ter comportamento mais recluso, e por isso meus pais decidiram voltar para BH, contou Gustavo. Oito anos antes, Vinícius já havia passado por outro momento de depressão.
Os mutirões organizados para tentar localizar Vinícius fizeram verdadeiras varreduras pelas matas nas imediações do local onde o músico desapareceu. Cartazes com fotos dele foram espalhados por cidades vizinhas. Nas redes sociais também foi intensa a mobilização.