Diferente do senso comum, o desenvolvimento de uma região não se limita apenas a fatores econômicos, envolvendo uma série de questões com grande relevância para o bem-estar da sociedade. É o caso da preservação do meio ambiente, um caminho para a sustentabilidade das atividades econômicas.
O estado do meio ambiente, na relação entre os recursos naturais e as atividades humanas relacionadas, pode ser mensurado através de indicadores ambientais. Um importante índice, desenvolvido para compreender o desempenho ambiental dos municípios de Minas Gerais, é o Índice de Desempenho Ambiental Municipal (Idam), cujo principal objetivo consiste no fornecimento de uma ferramenta de simples entendimento para analistas, gestores e técnicos ambientais, a fim de avaliação e monitoramento do desempenho ambiental dos municípios mineiros.
O Idam Global é formado por 22 indicadores, divididos nos temas de Planejamento e Estrutura Ambiental Municipal e de Execução Ambiental Municipal. A partir dos valores obtidos no Idam Global, o desempenho de cada município de Minas Gerais pode ser medido, sendo classificado em muito alto, alto, moderado, baixo ou muito baixo. Quanto mais próximo do muito alto (muito baixo), melhor (pior) é o desempenho ambiental do município.
No caso dos municípios da Microrregião de Ponte Nova, temos a seguinte situação.
A situação dos municípios da Microrregião de Ponte Nova varia de muito baixo a moderado, com o município de Sem Peixe apresentando o menor desempenho (Idam Global igual a 0,285) e Vermelho Novo (Idam Global igual a 0,579) possuindo o maior desempenho. No caso de Ponte Nova, com Idam Global igual a 0,514, verifica-se uma situação de desempenho moderado.
No geral, a Microrregião de Ponte Nova possui um desempenho ambiental ruim, dado que a maioria dos municípios apresenta um baixo valor do Idam Global. Mesmo no caso de Ponte Nova, cuja situação observada é moderada, o resultado fica aquém, principalmente quando se consideram municípios classificados como de alto desempenho (cidades de outras microrregiões do Estado).
Esse resultado demonstra a necessidade de maior investimento em políticas ambientais, destacando-se a implementação de infraestrutura básica adequada de saneamento ambiental, a necessidade de criação de unidades de conservação de proteção integral municipais e a implementação de políticas de incentivo à promoção de práticas sustentáveis.
Lucas Adriano Silva – Doutorando em Economia Aplicada pela UFV
Lauro Marques Vicari – Economista (UFV) e mestre em Administração Pública (FJP)