Concluído em 18/12, o Concurso de Poesia “Licença, Poeta” inclui, no calendário anual da Câmara Municipal, a comemoração do Dia da Poesia (16/11), criado para marcar a data do nascimento da saudosa escritora e poetisa Laene Teixeira Mucci.
Esclareceu Maria Aparecida Lima: “O nome ‘Licença, Poeta’ foi escolhido para representar um pedido de licença aos poetas, para que qualquer pessoa pudesse escrever sua poesia, mesmo sem ser um especialista. Nosso objetivo não era só valorizar os poetas já consagrados, mas também dar espaço para novos talentos.”
Maria Aparecida é analista administrativa do Legislativo encarregada da gestão da Biblioteca Maria de Abreu (instalada na sede da Câmara) e presidente da Comissão Organizadora do Concurso. Sua atuação mereceu elogio do presidente da Câmara, Wellerson Mayrink/PRD, orgulhoso com o sucesso da iniciativa.
“Cada poesia enviada retrata nossa cidade de uma maneira única e especial”, disse Mayrink. Já Aparecida destacou a inspiração dos 115 inscritos: “Criativos, fizeram arte com a história e a gente de Ponte Nova.”
Neste aspecto e com o nosso aplauso aos demais vencedores, registramos aqui o resumo do teor de duas produções:
– Na poesia “Esquecidos pelos ventos do tempo”, o professor Ricardo de Melo Costa Júnior reserva espaço para a memória dos que ficaram “sem tributo” na história local: indígenas dizimados pela colonização e negros escravizados.
– Na extensa e muito rica “Passagem pelo céu”, a multiartista Adair Liberato dedicou-se a reverenciar diversas personalidades da cultura e do cenário cotidiano de nossa cidade. Citou muitas mulheres – na grande maioria negras – com versos livres que ocuparam oito páginas do livro que reuniu a coletânea dos textos classificados.
Adair fez mais, ao declamar o texto, imprimindo nele a forte emoção de quem sabe contar histórias. Ela proporcionou espetáculo ímpar, motivando inclusive um apelo do professor Frances Lopes, integrante da Comissão Avaliadora do Concurso: sugeriu a volta dos Festivais de Declamação que marcaram época na cena municipal.