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‘Candonga retém 17 milhões de metros cúbicos da lama de Fundão’

A Caravana Interministerial, que ouviu em 26/3 reivindicações de atingidos de Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova/Chopotó, recebeu denúncia grave na audiência realizada no ginásio poliesportivo riodocense: o Lago de Candonga ainda retém 17 milhões de metros cúbicos da lama que se rompeu da Barragem de Fundão/Mariana, em nov/2015.

A declaração é de José Maurício Pereira, engenheiro riodocense e ex-secretário de Obras de Ponte Nova, perante representantes de diversos Ministérios e da Procuradoria-Geral da República.

Disse José Maurício: “O barramento de Candonga/Usina Hidrelétrica Risoleta Neves convive hoje com capacidade-limite de retenção de rejeitos. Todo o material carregado pelo rio Gualaxo passou por ali e ficou no fundo. Com isso, o lago se transformou num grande espaço de decantação.”

Em fotograma de vídeo histórico, a passagem dos rejeitos pela Usina de Candonga

O engenheiro explicou que desceram pelo rio Gualaxo cerca de 50 milhões de m3 no primeiro ano, ficando retido em Candonga cerca de 9 milhões de m3. “Só no ano de 2016 ali chegou outro tanto de rejeitos, deixando o lago com a capacidade-limite de retenção”, calcula ele.

Por isso, explicou José Maurício, em 2017 o Consórcio Candonga iniciou a construção de três barramentos dentro do lago para aumentar a capacidade de retenção de rejeito. Ele continua: “Hoje, eu diria que todos os três já estão com todos os seus espaços preenchidos.”

O engenheiro já havia explicado em vídeo que o rejeito é duas vezes e meio mais denso do que a água. Então, os barramentos A, B e C têm hoje pressão duas vezes e meia maior do que a água.

Continua ele: “Se vier uma cheia com volume significativo de água, os barramentos podem romper-se em efeito dominó, principalmente porque suas ombreiras são pouco resistentes, não penetraram na rocha.”

Na audiência ministerial, José Maurício sugeriu que a decisão do Consórcio de recompor – com água – toda a extensão do lago foi para encobrir os barramentos.

“Eles não pretendem retirar os sedimentos, porque é caro (custa, segundo ele, R$ 400,00 o metro cúbico) e causa grande transtorno, pois não cabe tudo no depósito instalado na Fazenda Floresta, no Município de Rio Doce.

“Nós, riodocenses, não vamos pagar essa conta e deixo esta questão para a Comissão Intermunicipal avaliar e me responder”, concluiu José Maurício sob intensos aplausos. O responsável pelo cerimonial informou que os organizadores do evento devem refletir sobre o caso e oferecer sua resposta.

Procurador debate

Ainda em 26/3, mas no findar do dia, o procurador da República Eduardo Aguiar dialogou com lideranças das comunidades atingidas e do Centro Alternativo de Formação Popular Rosa Fortini sobre a questão dos rejeitos.

Aguiar reconheceu de perto os desafios enfrentados pelas pessoas atingidas do território, ao lado dos quais visitou a Comunidade de Santana do Deserto e a Fazenda Floresta, local que recebeu grande parte dos rejeitos retirados do Lago de Candonga.

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