A psicóloga e neuropsicóloga Izabela Baião abordou na semana passada, na Tribuna Livre da Câmara de Ponte Nova, o tema “Cuidando de quem cuida de todo mundo: saúde mental materna importa”.
Ela é especialista em Relação Materno-Infantil e divulgou o Movimento Maio Furta-Cor, que objetiva conscientizar a população sobre saúde mental materna. Izabela esclareceu que o papel materno na sociedade é romantizado, o que acarreta sobrecarga para as mães.
“Somos potência. Estamos, porém, adoecendo. Por muitos anos, o tema 'maternidade' foi romantizado, o que parece ser muito bonito, mas ao mesmo tempo calou as mulheres, as mães, onde elas não tinham espaço para queixas. Elas não podiam queixar-se porque é incompatível com a maternidade. Vai se queixar de algo tão pleno, tão bonito? Não dá, não cabe”, explica a psicóloga.
A sobrecarga e a necessidade de mães serem multifacetadas foram reforçadas pela psicóloga: “Nós somos rio. Nós estamos nos modificando a todo instante. A maternidade é algo transformador, mas nós estamos em movimento. O tempo não para para que a gente aprenda a ser mãe.”
O silenciamento dos sentimentos maternos por parte da sociedade também foi explicado por ela: “Junto com a maternidade também chegam outros sentimentos, que até então eram calados, banalizados, e ainda existem estigmas sobre eles: solidão, dúvidas, insegurança, tristeza.”
A importância de uma rede de apoio, tanto para a criança quanto para a mãe, foi enfatizada por ela. “As mulheres muitas vezes perdem emprego porque não têm com quem deixar os filhos ou porque há dúvidas sobre a potência daquela mulher, sobre o que aquela mulher pode entregar após a maternidade.”
Suellenn Fisioterapeuta/PV divulgou a Lei Municipal nº 4.683/2023, resultante de seu projeto instituindo o Maio Furta-Cor no âmbito do município, devendo, assim, contribuir para o debate da temática.