
O dia 15 de maio foi nomeado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Dia Internacional da Família. Faz tempo que ela, a família, só significava “papai, mamãe, titia”, e há séculos eles perderam a mania de almoçar juntos todo dia. Entretanto, contudo, todavia, a família mantém-se como a instituição basilar na criação dos filhotes de seres humanos, principalmente na primeira infância, considerada por lei como os primeiros seis anos completos. E também no desenvolvimento interdependente dos seus membros.
A qual família pertencemos? De modo bem amplo e primordial, visto geograficamente, somos, residentes, irmãs e irmãos, filhas e filhos, da Mãe Terra. Sob o microponto de vista, pertencemos à família nomeada por nosso sobrenome. Pelo viés futebolístico mineiro, você é da família Galo, Raposa ou Coelho? Estrategicamente, empresas propagam que todos os funcionários são colaboradores de uma mesma família e produtos chamam de família seus consumidores.
Família, portanto, é um conceito plural e dinâmico. Natural ou manipulado. Biológico ou afetivo. Pessoal ou público. Particularmente falando, venho de uma família matrimonial formada pelo casamento de uma mulher com um homem. Pode ser que esse tipo seja maioria entre os modelos familiares. Todavia não por isso é o absoluto ou único aceitável.
Na área jurídica, o conceito de família é definido e atualizado segundo as leis, os projetos, as doutrinas e as jurisprudências. A Constituição de 1988 expressa três formas de famílias: a matrimonial, a informal (constituída pela união estável) e a monoparental (formada por apenas um dos genitores e seus descendentes). A decisão de 2011 do Supremo Tribunal Federal veio equiparar a união estável de pessoas do mesmo sexo à de sexo oposto, conferindo aos casais homossexuais os mesmos direitos e obrigações do que os heteros.

Na vida cotidiana, a família se expressa em vários formatos. Conforme a sociedade vai amadurecendo, o conceito de família se estende a vários tipos: aquela mulher (solteira, divorciada ou viúva) que vive sozinha forma a família Unipessoal. Os irmãos órfãos que vivem juntos são da família Anaparental. A mulher divorciada com filhos que se juntou ao homem separado e suas filhas formam a família Reconstituída, também chamada de Mosaico. Se a família é grande, extensiva a primos, tias e avós, leva o nome de Extensa. E se tem bicho na família, ela é do tipo Multiespécie.
Olhe para o lado e perceba quais tipos de estrutura familiar você vê: tem a do vizinho viúvo que mora com o filho; a da colega de trabalho solteira que mora com a filha adotiva; a pequena de duas mulheres e dois cachorros. Certamente, se reparar, encontrará mais modelos familiares. Seja qual for o tipo, atualmente, entende-se como família a união de pessoas ligadas pelo afeto.
A compreensão do afeto como algo que nos afeta, positiva e negativamente, explica a existência de climas familiares pesados, de famílias amargas e sombrias. É o que a doutrina espírita ensina como os carmas familiares. Viemos nessa família com essas pessoas para nossa evolução espiritual e crescimento.
Se compreendemos afeto como algo bom, toque e carinho, pressupomos que toda família acolhe, protege e ensina. Quem dera!
Por ser o primeiro estágio humano no social, a base da sociedade, a instituição família é protegida por lei. Nossa Constituição Federal de 1988, no seu artigo 226, confere a essa instituição brasileira proteção especial: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.”
Deve ser por isso que a ONU inventou o Dia da Família, para que fiquemos atentos à importância da instituição familiar na sociedade. É na família que tudo começa e tudo interfere. De qual família você tem cuidado?
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