A Polícia Civil de Ponte Nova investiga a morte de Arthur de Faria Morato, 33 anos, ocorrida no banheiro da Cela 8 da Ala 8 do Complexo Penitenciário de Ponte Nova/CPPN, às 9h de sábado (31/5). Como esta FOLHA apurou, já nas primeiras diligências o recluso Wesley Luciano Cortes assumiu o crime.
Chamado para registrar o caso, equipe do Samu chegou às 9h45 e informou que o detento tinha hematoma na cabeça. Outro informe – que seria da Polícia Penal – refere-se a “hematomas no rosto, sangramento na boca e marca no pescoço, sugerindo enforcamento”. Esta Polícia instaurou procedimento interno para apurar o crime.
A Perícia da Polícia Civil vistoriou a cena às 11h10 e não encontrou ferimentos à bala, a despeito de relatos de tiros. Com o fim do trabalho pericial às 12h30, acionaram-se a Diretoria de Humanização e Atendimento, a Assistência Social e o Serviço Funerário para remoção do corpo.

Dez presos que estavam no local –inclusive o suspeito Wesley – ficaram isolados na Cela de Triagem 6, à disposição das autoridades. Nota da Secretaria/MG de Justiça e Segurança Pública/Sejusp, enviada à Rádio Itatiaia/BH, revela que a guarda penal encontrou o corpo “durante procedimento rotineiro de revista estrutural”.
A Sejusp informou que Arthur foi transferido para o CPPN em 22/12/2023 e já respondeu por crime de lesão corporal contra outro detento. Ele teve passagens pelo sistema prisional desde 2009. Esta FOLHA apurou que ele tinha condenação (em 2023) por latrocínio na Comarca de Morada Nova de Minas, numa sentença de 2023.
Repercutiram na imprensa regional, em fev/2015, as condições em que ele fugiu do Presídio de Pitangui/MG, onde, ainda com 25 anos, trabalhava na cozinha e escapou por uma porta aberta. O sepultamento de Arthur ocorreu justamente em Pitangui, onde moram seus familiares, às 10h dessa segunda (2/6).
Autuação do acusado
Em despacho das 14h40 de 1°/6, o juiz-plantonista da Comarca/PN, Rodrigo Maas dos Anjos, transformou em preventivo o auto do flagrante de Wesley Luciano, efetuado pelo Plantão da Polícia Civil. Registrou-se que o suspeito tem “condenações por crimes graves, como homicídio qualificado e roubo majorado”.
Wesley declarou, perante autoridade policial, que enforcou Arthur com uma camisa e desferiu socos contra o oponente. Ele também informou o motivo do crime, mas este informe não constou do despacho do magistrado, que assim se referiu ao autor confesso:
“É evidente o ambiente de risco potencializado pela conduta do custodiado, o qual, mesmo já segregado do convívio social, revelou-se absolutamente incompatível com o cumprimento regular da pena em regime fechado comum.”
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