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Palestras com estes temas: ‘A essência do relacionamento entre Municípios e Tribunais de Contas’ e ‘Os impactos da Reforma Tributária’.
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‘O mantra continua: isso vai passar’

José Alfredo Padovani –  Jornalista e integrante do Grupo de Caminhada Um Pé Atrás do Outro
 
 
Isso vai passar! Como um mantra, a todo instante ouvimos essa frase desde o início da pandemia do novo coronavírus.
 
Terminou março e nada. Passou abril e a situação permaneceu a mesma. O inverno começou e acabou e a doença não deu tchau. Vieram as festas juninas e não tivemos danças. Férias de julho. Que isso! Todo mundo quietinho dentro de casa. Não tivemos férias. 
 
O calendário avançava rapidamente em direção à primavera. Chegou a temporada das flores. As cigarras cantaram, mas não passou esse mal terrível que colocou medo na população mundial. 
 
Os políticos pediram votos. Alguns até prometeram acabar com o vírus, mas não foi possível. Mais uma promessa não cumprida. 
 
Tivemos até uma disputa acirrada entre a ciência e a negação da ciência. Fórmulas de remédios surgiram como que tirados do fundo da cartola do mágico. Mas não foi dessa maneira que o bichinho picou a mula.  
 
Quantas comemorações canceladas e adiadas. E os parabéns ficaram para depois. E os abraços? Esses coitados perderam sua vez. O máximo que se permitiu foram os toques esquisitos com os cotovelos ou os impessoais encontros dos punhos cerrados.
 
Ouvimos muita gente dizer em alto e bom tom: “Pare o mundo que eu quero descer.”  Descer para onde? Correr para onde? 
 
Até a palavra vírus assusta: veneno ou toxina. Verbete latino que não se sabe muito bem se é ou não ser vivo. 
 
O mantra continua: – Isso vai passar.  As máscaras esconderam os sorrisos. Vivi para ver escolas sem alunos, futebol sem torcida. Os encontros marcados não aconteceram. 
 
Médicos, enfermeiros e todo o pessoal da linha de frente dos hospitais extenuados. Famílias ainda choram a partida de seus entes queridos. O cansaço tomou conta. 
 
Descobrimos que muitas coisas não fazem tanta falta assim, mas outras são indispensáveis à vida. Gente é mais importante que objetos. Sabemos que nascemos para morrer um dia, mas preservar a vida é um desejo de Deus. 
 
Tudo isso vai passar!
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