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‘A arte, para mim, é uma necessidade vital’

Na coluna Arte & Cultura, da nossa edição impressa dessa sexta-feira (22/3), Ademar Figueiredo publicou entrevista com o arte-educador e artista plástico Luiz Reis de Lacerda (Luizinho). Este e sua esposa, Keyla Lacerda, junto com os 3 filhos, são presenças constantes nos eventos culturais pontenovenses, inclusive nos eventos da Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova/Alepon.

 “Sou filho de Ponte Nova. Minha mãe foi sempre do lar, e meu pai, motorista. Tive uma infância simples, mas repleta de muito amor. Sou o último filho de um total de onze irmãos.” Por aí começa o depoimento dele para Ademar Figueiredo.

Ademar – Como as artes plásticas entraram em sua vida?

Luizinho – Desde criança sempre gostei muito de pintar, desenhar, esculpir, construir. Sempre utilizando materiais descartados pelas pessoas. Através do ensaio e erro, sempre tive capacidade de aprender por conta própria, sem o auxílio de um professor ou mentor. Sou autodidata. E desta forma, sempre com muita persistência e dedicação, a arte foi ocupando cada vez mais espaço em minha vida.

Ademar – Você trabalha com arte-educação. Fale um pouco sobre isto e comente sobre os resultados práticos na vida das pessoas.

Luizinho – Quando fui trabalhar profissionalmente com arte-educação, percebi que meus clientes na correria que a vida nos impõe não observavam o que estava em sua volta. Detalhes como o belo, a paciência, a valorização de si. Quando se fala em arte, as pessoas vão logo pensando em pintores e artistas famosos, porém a arte para mim é uma necessidade vital, não uma necessidade do corpo, mas sim algo que transcende a matéria, entrando no campo da espiritualidade. É algo que não conseguimos evitar, pois ela está em tudo, começando por nós mesmos. Não precisa ser belo ou útil para ser considerado arte. Ela pode ser vivida de várias formas, em especial na música, na escultura, na poesia, na pintura, na dança, entre outras…

Seus benefícios são inúmeros, entre eles, podemos citar a arte como forma de expressão de sentimentos e emoções. Elas promovem o alívio de tensões e maior bem-estar psicossocial. Também ampliam nossa consciência física e mental, facilitando o autoconhecimento, autoconfiança e resgatando a autoestima, possibilitando que o indivíduo ressignifique a própria vida.

Ademar – Em novembro de 2018, você preparou uma bela exposição para o Festival Resistência. Comente sobre este trabalho e a recepção do público.

Luizinho – Intitulei a exposição como “Refrações do Eu”, visando mostrar que existem vários “Eus” a serem descobertos (foto acima). Existem pessoas que buscam a arte-terapia completamente disformes, muitas vezes incapazes de afirmar o que são, do que gostam e o que buscam em suas vidas. Meu trabalho é ajudar a pontuar e revelar, através da arte, convicções que estavam debaixo da fuligem de uma personalidade previsível, conformada, passiva, reprimida e apagada. O carinho e o acolhimento são essenciais para que a pessoa seja encorajada a revelar-se para si mesma e depois se posicionar diante do mundo.  Procurei através das obras revelar que existe muito para ser descoberto em nós.

Ademar – Como você avalia o atual cenário cultural pontenovense?

Luizinho – Acredito que Ponte Nova sempre teve muitos artistas, porém ainda é necessário maior união entre os mesmos para se fortalecerem enquanto categoria e se articularem na busca de maior incentivo para a cultura do município. O setor cultural ainda necessita ser visto com maior prioridade pelos governantes.

Ademar – Você é pai de três rapazes (Lucas, Iago e Leo) com efetiva contribuição cultural. Na sua opinião o que Ponte Nova tem a oferecer a eles em termos culturais?

Luizinho – Mesmo com a fomentação de artistas da terra, a arte ainda não tem seu devido valor, principalmente como via de ressocialização, educação dos sentimentos e inclusão social. Ponte Nova é uma cidade que possui muitos guerreiros, distribuídos nos diversos setores da sociedade (empresas, governo, escolas, Alepon etc.). Dentre eles, uma juventude que vem desbravando com garra e coragem este cenário cultural. Sendo assim, o cenário existente hoje já remete a melhorias que acredito que venham a beneficiar não só a eles, como toda a população pontenovense.

Ademar – Quais os seus planos para o futuro?

Luizinho – Fazer uma especialização mais profunda em Arte-Terapia, concluir o Curso de Pedagogia e continuar realizando meu trabalho com amor e dedicação, mesmo em meio a tantas catástrofes provocadas pelo ser humano. Deixo para reflexão a frase abaixo:
“A arte ora tem função de tirar a atenção do sofrimento, outras vezes de voltar a atenção para a dor. A Arte salva momentos” (Matilde Campilho).

Concluindo, faço a seguinte pergunta: – E você, já descobriu a sua arte?

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