Maria Luíza de Castro é diretora do Centro Municipal de Educação Infantil/CMEI Passo a Passo, com sede no bairro Novo Horizonte, e vê relevância em todos os temas propostos por esta FOLHA:
– Descriminalização do aborto; violência contra a mulher; racismo; assédio no local de trabalho; diferença salarial entre homens e mulheres; a complexa tarefa da educação dos filhos; os desafios da mulher empreendedora; e saúde e qualidade de vida.
Ela, entretanto, se detém na questão do empreendedorismo, “porque este é um desafio especialíssimo, um desafio para nós, que já enfrentamos todos os itens propostos por este Jornal”.
“Acho que, dia após dia, a mulher prova a sua capacidade de gerir e inovar, a despeito da discriminação no universo empresarial”, assinala a educadora, dedicada a passar esta visão para a criançada que frequenta o CMEI que dirige.
Conforme o seu raciocínio, as empreendedoras encaram os padrões masculinos da sociedade, mostrando, com sensibilidade e criatividade, o quanto o olhar feminino é fator de diferencial na hora de avaliar projetos de empoderamento.
‘É preciso disseminar o conceito de igualdade’
Na visão de Maria Auxiliadora de Freitas Lopes, diretora da Escola Municipal Santo Antônio, o cenário de violência contra as mulheres é assustador: “É um fenômeno quase que mundial, caracterizado por diversos tipos de agressões – físicas e psicológicas -, tão comuns em nosso país, como mostram as manchetes de jornais.”
“Não tenho dúvida em dizer que trata-se de cenário inaceitável, no qual o ato extremo, da morte de uma mulher, deve ser repudiado e ir seguido de punição exemplar para o criminoso”, analisa a educadora para continuar:
“Na vida a dois, mata-se por muito pouco. O assédio, a violência se manifestam só para fazer valer uma odiosa supremacia masculina.” Segundo ela, não se pode admitir que a mulher seja assediada pelo tipo roupa que ela usa, por exemplo. É preciso investir na mudança comportamental do macho, disseminando o conceito de igualdade.
“Cada vez mais se repudia o tempo em que a mulher era posse do homem, mas ainda hoje vemos, com indignação, que a mulher é subjugada em seus direitos e desejos, a namorada que se torna vítima, se quiser terminar um namoro, a companheira e esposa que se revolta contra uma relação patriarcal”, conclui Maria Auxiliadora.