
José Monteiro é de Teixeiras e atua em todas as Feiras de Ponte Nova há 15 anos, desde que se casou com Marta. Ela frequenta as Feiras desde menina, quando ajudava o pai – o saudoso Tatão Monteiro -, um dos mais antigos vendedores de hortaliças e hortifrútis de nossa cidade.
“Desde pequena eu já tinha essa paixão pela Feira, tanto no plantio quanto na venda e na lida com o público. Quando eu me casei, meu esposo veio trabalhar aqui, dando continuidade ao trabalho de meu pai”, conta Marta.

Outra sugestão dos feirantes: “A Prefeitura deveria investir mais nas estradas rurais, porque na época de chuva nós temos dificuldades para trazer nossos produtos para a cidade.”
Assinala ainda José Monteiro: “Falta melhoria nas ruas das Feiras. Aqui, por exemplo, tem buracos bem onde montamos a barraca. Usamos pedras para calçar a bancada.”
O trabalho de Jéssica

“A Feira é boa para a cidade. O consumidor vem sempre, traz pessoas diferentes e, além de vender, divulgo meus produtos, acerto as encomendas pessoalmente, pelo telefone e instagram”, assinala Jéssica que vê, como algo negativo, às quintas-feiras, a falta de barracas espaçosas e padronizadas, como as que a Prefeitura instalou no Centro Histórico.
“Lá a Feira é mais organizada. Aqui temos improviso na iluminação, falta banheiro, falta segurança para os consumidores, porque a avenida não fica totalmente fechada para carros e motos. Acho que falta divulgação maior de nossos produtos. Pretendo juntar todos os feirantes e articular isso. Podemos até ter mais barracas, mas sei de gente que não sabe como se inscrever para trabalhar”, desabafa Jéssica.
Ela lamenta que, com tantos consumidores e visitantes (“gente que vem para passear”), falta organização do trajeto à pé e motorizado. Ela sugere um “cercadinho” em todo o entorno, inclusive para a segurança das crianças, além do resgate de cães de rua, entre outras providências.
Informe de Bhriza
Bhriza Nicole mora em Palmeiras e vende doces artesanais, cookies recheados, brownies e brigadeiros de pote. Ela chegou há um mês (inclusive na Feira das terças, no Centro) e cita a dificuldade de obter permissão para atuar nas Feiras de sábado e domingo.
“Aqui temos livre acesso ao público, custo muito baixo de operação, um público crescente”, ressalta ela ao lamentar que se agrupem feirantes em poucas barracas.
No entender de Bhriza, o comércio poderia ser mais diversificado, atraindo público ainda maior. Ela sugere estrutura municipal cada vez melhor, assistência permanente e instalação de banheiros químicos.
A consumidora Carolina
Carolina Leite é vizinha da Feira das quintas – mora na rua Aldo Aviani – e tem, toda semana, programa familiar de chegar para consumir e conversar. “Minhas duas filhas adoram, já fizeram amizade com os feirantes e sabem o nome de todos. Para mim, a Feira é a cara da cidade”, enfatiza ela.
Pondera Carolina: “Seria legal ter estrutura melhor para eles (feirantes). A gente tropeça na fiação ali atrás, tem pouco espaço para sentarmos na lateral do alambrado do Ginásio Poliesportivo.” Ela não esconde sua paixão por aquele espaço de convívio.
A consumidora Creuza
A professora e coach Creuza Raimundi Fernandes também é vizinha da Feira das quintas – mora na av. Nossa Senhora das Graças. Para ela e demais moradores das imediações, prevalece a comodidade para comprar verduras frescas, ter tempo para um bate-papo.
“Converso com pessoas que conheço e com quem não conheço, porque é prazeiroso ter este espaço”, sublinha Creuza desejando que haja mais segurança para os consumidores, além de mais espaço e conforto para os feirantes.

Nas Feiras Livres de Ponte Nova sobressaem trabalhadores diversos (contratados pelos feirantes). Um deles é Juraci de Souza (Zula) (foto), completando 46 anos neste domingo (21/5) e atuando há 20 anos na barraca de Luiz Henrique Ferreira Cheloni.
Zula é o inconfundível preparador de churrasquinhos e medalhões (bovino, suíno e frango), encantando seus cativos consumidores com boa conversa, permanente humor e muita disposição para manter a extenuante rotina.
Resume Zula: “Estou aqui sempre, animando quem passa, brincando com quem fica. No fundo, acho que vendo alegria e noto que as pessoas sempre voltam porque se sentem felizes com o nosso tratamento.”