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Festa no Triângulo e show da Banda Santíssima Trindade em Matipó

A Festa da Santíssima Trindade teve caprichada programação cultural. A Banda Santíssima Trindade toca na praça Padre Fialho, em Matipó.

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“Não se resolvem conflitos com arma, bomba e rojão”, disse padre Leandro, no Sermão do Descendimento

A Semana Santa será encerrada em Ponte Nova, neste Domingo de Páscoa, 1º/4, com uma concentração a partir das 16h, na capela do bairro de Fátima, e caminhada até o Campinho de Futebol da Mina, no mesmo bairro, onde haverá missa solene.

Todavia, entre tantas demonstrações públicas de fé, foi marcante a participação de uma multidão no Sermão do Descendimento, feito pelo padre Leandro Marcos Costa, na noite da Sexta-Feira Santa, 30/3, diante da Igreja Matriz São Pedro, em Palmeiras, antecedendo a caminhada até a Matriz da Paróquia São Sebastião (onde ele atua como vigário), no Centro Histórico.

Tendo como referência o tema da Campanha da Fraternidade, denunciando a violência contemporânea, o sacerdote discursou incisivamente, alinhavando – num texto de 14 laudas – a força da fé católica à luz de oportunas reflexões da atualidade.

“Diante do crucificado, contemplamos milhares de braços e abraços, mas, também peitos rasgados, mãos feridas, cabeças sangrando de mulheres e homens pobres e miseráveis. São negros, indigentes, maltrapilhos, mendigos, integrantes de minorias, oprimidos de corações angustiados e golpeados pela segregação”, assinalou ele, na abertura de seu sermão.

O padre apontou para a sociedade alienante: “Querem um Cristo sem cruz, cristãos sem luta e utopia. Querem nos anestesiar com comidas, carros, roupas de luxo e consumo descartável, pelo comodismo e passividade. Querem nos matar pelo prazer de consumir, pela autossuficiência que o poder pode trazer”.

O religioso exortou os cristãos a olharem para a cruz com olhar de resiliência, resistindo diante da realidade. “Diante das dores humanas, não podemos ficar imóveis, rígidos. A cruz nos ensina a atuar para que o ódio caia por terra, para que a vingança seja destruída".

Padre Leandro continuou: “Vivemos hoje um mundo de falsas verdades e precisamos abandonar a moral hipócrita que segrega e separa as pessoas, tomando atitudes de solidariedade e fraternidade”.

Ele referiu-se ao debate atual sobre a violência: “Muitos, na impaciência do não educar, querem por armas na mão do povo para defender a família e a propriedade. Querem a pena de morte para bandido e menor infrator, acham que bandido bom é bandido morto. Mas não se resolvem conflitos com arma, bomba e rojão”.

O padre atacou ainda as fake news: “Trazemos em nossos corações muitas contradições e ódio que devem se curados pelo poder da cruz pacificadora. Um coração dominado pela violência gera sempre comentários maldosos e destruidores. A língua se transforma num tanque de guerra a disparar mentira, fofoca e ódio”.

“Não se supera violência tendo o outro sempre como inimigo”, disse ele, em outra referência indireta sobre a nossa realidade: “Precisamos de uma intervenção, mas não militar, e, sim, de amor. Não precisamos de armas de guerra para nos pacificar, mas de sonhos, fé, caridade e amor”.

No entender do padre, “venceremos com laços de fraternidade, diálogo e perdão, resgatando a vida, com justiça restaurativa e integradora, com a não violência proposta por Jesus, a ser implementada via processos e estratégias de promoção da justiça”.

 

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