Sônia Tatiana Eufrásio
Auxiliar de Compras/Colaboradora do Frigorífico Saudali há 12 anos
O aborto não é um tema simples de ser discutido, pois envolve moral, ética e legalidade. Para algumas pessoas, é um direito de escolha da mulher, de prosseguir ou não com a gravidez. Nos dias atuais, porém, existe ampla divulgação de métodos contraceptivos, muitos inclusive são oferecidos gratuitamente pelo SUS. Para outros, o aborto é visto como um crime contra a vida, que é um direito fundamental e natural de todos.
No Brasil, o aborto é considerado crime previsto nos artigos 124 a 127 do Código Penal, com exceção de casos de estupro, risco de vida da mãe ou anencefalia no bebê. Nosso país também possui uma das maiores taxas de gestações não planejadas do mundo, e este pode ser um dos motivos pelo qual muitas mulheres procuram clínicas clandestinas para abortarem. Esse procedimento é, hoje, uma das principais causas da mortalidade materna, e, por isso, o aborto se tornou um caso de saúde pública.
Muitos questionamentos são feitos: seria a legalização a melhor forma de resolver o problema? O SUS conseguiria atender, em tempo hábil, essas mulheres? Como seria feito o acompanhamento desse procedimento?
Não sou a favor do aborto, mas acredito que a descriminalização possa acontecer envolvendo um bom acompanhamento psicológico, que proporcione maior amparo às mulheres que estão em uma gravidez indesejada. Esse acompanhamento poderia, inclusive, fazer com que elas mudem de ideia, visto que muitas vezes a busca pelo aborto é por falta de apoio familiar, vergonha de ser “mãe solo” ou por falta de estrutura para a criação da criança.
Acho importante que a mulher, quando se vê em uma gravidez indesejada, consiga ter um panorama geral da maternidade, na qual ela possa visualizar não apenas os contras da gestação, mas também as possibilidades decorrentes dela, como a felicidade e a realização que um filho pode trazer para a nossa vida.