Apesar das drogas ilícitas serem a preocupação do Poder Público, o número de pessoas que deixaram de trabalhar e pediram auxílio por conta do álcool teve aumento nos últimos quatro anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o alcoolismo ainda é o principal motivo de pedidos de auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. Nos últimos quatro anos, de 2009 a 2013, o número de auxílio por esse motivo aumentou 19%, passando de 12.055 para 14.420.
Mais de 143,4 mil pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas com auxílio-doença tiveram o benefício concedido no período. Depois do álcool, a cocaína foi a segunda droga responsável pelos auxílios concedidos, com 8.541 segurados, seguida de uso de maconha e haxixe – com 312 – e alucinógenos, responsáveis por 165 casos.
Por Estado, os números do Instituto indicam que São Paulo teve o maior número de pedidos em 2013 por uso abusivo do álcool, com 4.375 auxílios-doença concedidos, seguido de Minas Gerais, com 2.333.
O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado pelo INSS, que não perde o emprego ao se ausentar. Para solicitá-lo por uso abusivo de droga, o segurado deve ter pelo menos 12 meses de contribuição e comprovar, por meio de perícia médica, que a dependência da droga o incapacita de exercer o trabalho. O valor do benefício varia de acordo com o valor recolhido pela Previdência Social.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem acompanhado e mostrado o reflexo das drogas nos municípios brasileiros. Por meio do Observatório do Crack, a entidade tem promovido estudos e levantamentos que mostram o espaço dos psicoativos no Brasil, e os números em relação ao álcool são motivos de alerta para entidades e gestores municipais.