O sarampo estava erradicado no Brasil desde 2015, porém, após aumento da migração no norte do país, ocorreu o retorno da doença, o que já era previsto pelas autoridades.
E, diante de suspeitas de casos de sarampo registrados no Brasil no Estado de Roraima e em alguns países da Europa, por onde circulam brasileiros, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais – SES/MG emitiu alerta sobre a importância da vacinação para prevenir a doença.
Na semana passada, houve reunião sobre o assunto na Superintendência Regional de Saúde de Ponte Nova, devendo definir-se em breve campanha de imunização em nossa microrregião.
Minas Gerais apresenta a menor cobertura vacinal contra a doença dos últimos anos. Em 2017, pela primeira vez desde 2010, o Estado não alcançou a meta de imunizar 95% do público-alvo, que são crianças de até 1 ano. A situação preocupa autoridades e traz o risco de surto.
Dados parciais da SES/MG dão conta de que apenas 87,43% do público-alvo receberam a dose da vacina. Belo Horizonte acompanha o índice, com cobertura de 82,4%. O Ministério da Saúde enviou equipes para a Região Norte do Estado, e os agentes estão promovendo ações de prevenção, controle e investigação da enfermidade, na tentativa de evitar a expansão do vírus para outras localidades.
De acordo com dados da Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Doenças e Agravos Transmissíveis/CDAT de Minas Gerais, em 2017 foram notificados 63 casos suspeitos, enquanto em 2018, até o momento, foram notificados 2 casos suspeitos. Todos foram descartados por exames laboratoriais: portanto até o momento não há casos confirmados da doença no Estado.
Os últimos casos confirmados de sarampo em Minas Gerais ocorreram em 1999 (9 casos). Em 2013 foram confirmados dois casos de sarampo de residentes do Estado, porém ambos “importados” (contágio ocorrido na Flórida, nos Estados Unidos).
Segundo informações da SES/MG, estaria prevista para o mês de agosto de 2018 a Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo e será direcionada para a população de 1 a 4 anos, apesar de a vacina estar disponível nos Postos de Saúde durante todo o ano.
Em 2017, foram aplicadas, no Estado, 1.549.322 doses das vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, que protegem contra o sarampo, em todos os grupos etários de direito da vacina e em todos os esquemas vacinais existentes. Os dados de 2018 ainda não foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde. A vacina Tríplice Viral está disponível na rotina de vacinação em todas as Unidades de Saúde do Estado.
Indicação da vacina
Toda criança de um ano de idade deve ser vacinada contra o sarampo com duas doses: a primeira dose aos 12 meses de vida, com a vacina Tríplice Viral, e a segunda aos 15 meses de vida, com a vacina Tetra Viral. Homens e mulheres de até 49 que não foram vacinados devem receber a dose da vacina. Profissionais dos setores de turismo e transporte – ou seja, hotéis, aeroportos, serviços de táxi e outros – deverão estar imunizados contra o sarampo e a rubéola.
Qualquer pessoa que for viajar para regiões endêmicas e que não estiver com o cartão de vacinas em dia deve vacinar-se pelo menos duas semanas antes da partida.
Como é a doença
O sarampo é uma doença infecciosa viral e extremamente contagiosa. A transmissão se dá por meio de secreções das vias respiratórias, podendo ser transmitida diretamente de uma pessoa à outra por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar
Os principais sintomas são febre alta, manchas avermelhadas em todo o corpo, congestão nasal, tosse e olhos irritados, podendo causar complicações graves, como cegueira, encefalite, diarreia intensa, infecções do ouvido e pneumonia, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos.