O Sindicato dos Bancários de Ponte Nova e Região divulgou nesta semana o seguinte informe: "A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e entidades sindicais de bancários lançaram, nessa segunda-feira (10/4), na Capital paulista, o Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção da Violência contra a Mulher."
O projeto é uma reivindicação das trabalhadoras da categoria para combate à violência de gênero e contra a desigualdade entre homens e mulheres no trabalho. A iniciativa foi incorporada à convenção coletiva do setor, como a Cláusula 86, que estabelece a realização de ações por meio de institutos de referência, contratados para conscientização e prevenção da violência contra a mulher.
Segundo o site Brasil Econômico, os institutos Maria da Penha, Papo de Homem e Mee Too Brasil darão treinamento, consultoria e aconselhamento para representantes indicados pelas entidades sindicais e integrantes dos grupos técnicos de diversidade da Febraban.
“Para nós, é importante essa cláusula sobre a questão da violência. Ao mesmo tempo, porém, sempre traz uma tristeza. Tristeza por nós termos de debater, em pleno Século 21, uma política de combate à violência contra a mulher”, destacou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.
“Nós queremos uma sociedade que realmente seja igualitária. Que eu, enquanto indivíduo, possa ser o que eu quiser ser, inclusive estar em cargos que hoje realmente são muito masculinos”, acrescentou Ivone no informe repercutido pelo Sindicato de Ponte Nova com estes detalhes:
– Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as mulheres ganham, no mercado de trabalho, em média, 21% menos que os homens. Na categoria bancária, a desigualdade é mais aprofundada: a remuneração delas é 22,2% menor que a média dos colegas do sexo masculino. No recorte racial, a remuneração da mulher preta é, em média, 40,6% inferior à do homem bancário branco.
De acordo com o programa iniciado nesta semana, as instituições bancárias se comprometeram a implementar canais de apoio para encaminhamento e tratamento, em sigilo, de questões relativas à violência contra a mulher. Também assumiram o compromisso de enviar comunicado interno às lideranças e demais funcionários com o objetivo de informar sobre violência doméstica e condutas a serem adotadas.
“Nós precisamos que a sociedade, como um todo, discuta a violência contra as mulheres. Os números têm mostrado, na verdade, a dura realidade das mulheres. Em 2021, a cada sete horas uma mulher sofria feminicídio no país. Em 2022, passou a ser a cada seis horas. Nós temos o desafio de não permitir que isso continue”, disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que participou do evento de maneira on-line.
“O feminicídio é um crime evitável. Nós podemos evitar que aconteça. Precisamos ter as medidas cabíveis e necessárias para que elas não sejam mortas”, acrescentou ela.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney Menezes Ferreira, ressaltou que a violência contra as mulheres não dá sinais de regressão e precisa de enfrentamento permanente.
"A Febraban participa desse evento e o faz com preocupação e com a certeza de que o enfrentamento da violência contra mulher deve ser perene e algo que envolva a todos. O avanço, infelizmente, da violência contra a mulher ainda é um problema social, eu diria crítico", disse Ferreira, também em participação on-line.
“Nós estamos longe de termos sinais de regressão dessa situação. A orientação e o diálogo, portanto, é que vão nos direcionar. São fundamentais para a construção de relações mais igualitárias de gênero e também para que nós possamos promover as mudanças que são necessárias em relação a essa situação gravíssima de violência contra mulher”, acrescentou o dirigente da Febraban.
De acordo com a Febraban, atualmente 48% dos bancários são mulheres, enquanto no mercado de trabalho esse percentual é de 40%. Segundo a entidade, no setor as mulheres ocupam cerca de 40% das posições de liderança, também em nível superior à média do Brasil, que é de 35%.