Na manhã desta quinta-feira (8/6), aconteceu, no Espaço Multiuso de Rio Doce, reunião de comitivas riodocense e de Santa Cruz do Escalvado com dirigentes da Fundação Renova para atualizar debate sobre contratação de empresas e pessoal para obras locais.
Nessa quarta-feira (7/6), na localidade de Santana do Deserto/Rio Doce, comissão de atingidos esteve com representantes da Renova para entendimentos que puseram fim à paralisação dos serviços de reparos nas margens do rio Doce (afetadas pela lama de Fundão), no entorno do lago da Hidrelétrica de Candonga.
Os manifestantes cobram o seguinte:
– Imediata liberação de “cartão-emergência” para todas as famílias atingidas, até que se concluam e definam os termos de indenização.
– Definição de prazos para o pagamento das indenizações.
– Oportunidades de trabalho para a população das comunidades atingidas nos municípios de Santa Cruz do Escalvado e Rio Doce.
– Apresentação dos projetos de recuperação ambiental do lago de Candonga e projetos socioeconômicos para as comunidades atingidas no município de Santa Cruz do Escalvado.
Desde terça-feira (6/6), manifestantes bloqueavam estradas. O protesto terminou no dia seguinte, depois do primeiro encontro com a Renova, como informou a esta FOLHA o vereador Nélio Souto/PMN, de Santa Cruz do Escalvado.
“Queremos que a Samarco assuma compromisso com a gente em relação a todas as demandas”, ressalta Nélio, que também é presidente da Associação dos Pescadores de Santa Cruz do Escalvado.
Nélio ainda possui fábrica de pré-moldados, parada desde a tragédia, pois utilizava a areia do rio como matéria-prima. “Ficou inviável manter a fabricação, pois temos que buscar areia em outros lugares, o que encarece o produto”, salienta Nélio para se solidarizar com outros atingidos: “Muita gente que vivia da pesca ficou prejudicada. Nosso patrão era o rio, e com a lama perdemos tudo.”
Conforme o vereador, a Fundação Renova comprometeu-se a dar resposta até 12/6 sobre as reivindicações. “Se a comunidade não considerar que tem uma proposta satisfatória, vamos paralisar o trabalho da Samarco novamente. Deixamos eles trabalharem por um ano e sete meses para tentarem resolver a situação. Porém até agora quase ninguém recebeu indenização, e pouquíssimos receberam o cartão auxílio-financeiro, tanto em Santa Cruz quanto em Rio Doce”, denuncia Nélio.
Segundo ele, pessoas que nunca tiveram o trabalho associado com o rio receberam o auxílio, enquanto trabalhadores que dependiam das águas estão desempregados e seguem sem ajuda.