Enquanto ocorria a assembleia da Cooperativa Regional Mista dos Plantadores de Cana de Minas Gerais/Coplacan, na manhã desta sexta-feira (29/5), nossa Redação recebeu denúncia anônima (via telefone) de que o evento estaria contrariando as determinações do Decreto Municipal de Emergência em Saúde, o qual proíbe aglomerações em tempos de Covid-19.

A assembleia foi anunciada nesta FOLHA em 15/5 através de edital assinado pelo presidente José Maria Leal. Ele disse à nossa Reportagem que tudo ocorreu dentro da legalidade e houve aviso prévio aos órgãos municipais de fiscalização.
“A reunião foi obrigatória para prestação de contas e eleição de nosso Conselho Fiscal. Precisava ocorrer, senão as nossas contas seriam encerradas pelos bancos. O Decreto diz que reuniões, se forem justificadas, podem ocorrer, e assim foi feito”, ratificou José Maria.
O presidente ainda frisou que disponibilizou álcool em gel e orientou todos os associados a manterem o distanciamento obrigatório: “Os mais idosos nem vieram. Temos 254 associados, e só vieram 33. Fiz os cadastros de todos os que moram na região para entrarem em Ponte Nova, e isso foi aceito pelas barreiras sanitárias.”
Quando nossa Reportagem chegou ao auditório da Coplacan, José Maria estava recebendo orientações dos físcais da Vigilância Sanitária, tendo à frente Renato Reis Capelete. Este informou ao nosso Jornal que foi acionado e, quando a equipe chegou, a reunião foi encerrada, pois já estava no final.
“Vamos levar o ato ao conhecimento de Fernanda [Ribeiro, integrante do Comitê de Contingenciamento no Combate ao Coronavírus] sobre os fatos constatados aqui”, resumiu ele.
O denunciante disse o seguinte: "A reunião foi convocada de forma autoritária. Os associados foram obrigados a comparecer, e ninguém fez o cadastro. Foi o José Maria quem fez isso e levou para o pessoal que integra o grupo de risco no âmbito da Covid-19. Isso foi feito para reeleger José Maria."
A esta FOLHA, José Maria disse que já foi reeleito em março deste ano, sendo improcedentes as acusações.
Safra da cana
Perante esta FOLHA, José Maria informou que a entidade atua, a partir deste mês, defendendo os interesses dos associados – com terras em diversos municípios – que fornecem cana para a Usina Jatiboca, em Urucânia. A safra começou em 11/5, com a moagem devendo terminar em fins de outubro.
Segundo José Maria, os canavieiros vendem ao menos 80 toneladas de cana para a usina, e isso equivale apenas a 10% do total de matéria prima. A Jatiboca – que chega ao seu centenário neste ano – tem canaviais próprios, os quais devem fornecer até 800 mil toneladas nesta safra.
Na safra de 2019, registrou-se produção de seis milhões de litros de álcool hidratado, 8,5 milhões de álcool anidro, 1,16 milhão de sacos (de 50kg cada) de açúcar e 22 mil toneladas de melaço.