Neste 19/11, a Câmara/PN sediou audiência pública sobre o avanço do consumo de crack na região e as ações do Poder Público e da iniciativa privada para seu enfrentamento. A realização foi da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas/Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A iniciativa do deputado Paulo Lamac/PT foi em atendimento à solicitação da vereadora Patrícia Castanheira/PTB, que no início deste ano formalizou esse pedido.
Patrícia solicitou às autoridades apoio para que seja criada rede de atenção envolvendo saúde, assistência social, educação, segurança e Poder Judiciário no combate ao avanço das drogas na região. A vereadora defendeu que é preciso união de forças entre Poder Público e população e lamentou que o silêncio de muitos anos é o motivo da epidemia do crack na região.
O delegado regional de Polícia Civil de Ponte Nova, João Octacílio da Silva Neto, destacou que o aumento do consumo da droga é evidente e que há necessidade de aumento da repressão aos traficantes na região. Para o prefeito de Ponte Nova, Guto Malta/PT, o crack deve ser tratado como questão de saúde pública. Ele anunciou que a Prefeitura, via Conselho de Defesa Social, pretende dialogar com as instituições para combater o avanço das drogas em parceria com as escolas públicas.
Para o subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, faltam investimentos num sistema de inteligência policial para combater a criminalidade como um todo.
O comandante da 21a Cia. Independente da Polícia Militar/PN, capitão Luiz Faustino Marinho, citou o caso da política de tolerância zero adotada em Nova York, que ficou mundialmente conhecida pelo seu bom resultado. Na oportunidade, de acordo com ele, houve intervenção nacional, que culminou em mudanças na legislação, investimentos em sistemas de inteligência e repressão policial nas fronteiras. Assim, o comandante sugeriu à Comissão que haja empenho na sensibilização do Governo Federal. Em resposta ao representante da PM, o deputado Paulo Lamac/PT fez um histórico do trabalho da Comissão e destacou que, após diagnóstico em todo o Estado, os parlamentares têm procurado sinalizar aos Governos Estadual e Federal os caminhos para o enfrentamento das drogas.
O promotor Sérgio de Castro Santos alertou para o fato de que a assistência e a sensibilização da família são fundamentais para que se reduza o número de usuários. Para ele, tudo o que o Estado faz hoje é pouco, tendo em vista que durante longo tempo a sociedade se omitiu e fechou os olhos para o problema.
A defensora pública Fernanda de Souza Saraiva Possato lamentou o aumento da quantidade de usuários nos últimos anos. Segundo ela, desde 2012, apenas em Ponte Nova, foram feitas 50 internações compulsórias.
O presidente da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas, pastor Wellington Vieira, disse que os resultados apresentados pelo Estado ainda são tímidos, tendo em vista que oferece política de atenção às drogas fragmentada. Para ele, a sociedade precisa organizar-se e parar de transferir responsabilidades.
Os vereadores de Ponte Nova também apresentaram seus questionamentos à Mesa, e, para a vereadora Patrícia Castanheira, que solicitou a audiência, o encontro atingiu o objetivo proposto e, a partir de agora, providências deverão ser tomadas.