Infelizmente, o racismo, a desigualdade social, as baixas oportunidades de trabalho e a diferença salarial também estão presentes no setor bancário.
Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2012 a presença de afrodescendentes no mercado de trabalho bancário foi pequena, com média salarial inferior aos dos outros funcionários e com número maior de demissões do que contratações.
O texto acima foi divulgado, na semana passada, pelo Sindicato dos Bancários de PN e Região ressaltando o seguinte: de acordo com a edição de 2012 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, a maioria dos bancários negros está nos cargos de menor hierarquia, sendo 30% nos postos de auxiliares de escritório, 14% em cargos de gerência e somente 4% em direção.
Além disso, o número de brancos admitidos em bancos públicos foi de 10.923, mais que o dobro das admissões de negros, que contabilizou 4.552 funcionários. Nos bancos privados, a situação foi ainda pior: somente 4.364 negros foram admitidos contra 19.923 brancos. Um absurdo e injustiça para com aqueles que merecem igualdade e respeito em seu ambiente de trabalho, onde se dedicam diariamente à profissão.
O Sindicato ainda divulgou informe do Movimento Sindical Bancário garantindo que existe racismo no sistema financeiro: Bancários negros são minoria, ganham menos que os brancos e pouquíssimos ocupam cargos na diretoria. A constatação é antiga, e a falta de avanços na área foi debatida no II Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, que ocorreu nos dias 13 e 14 deste mês, no Rio de Janeiro.
No Brasil, 50,7% da população são formados por negros (pretos e pardos), segundo o Censo do IBGE de 2010. Nos bancos, no entanto, a realidade é outra. Segundo a própria Federação Brasileira dos Bancos, só 19% dos bancários são negros.