Durante a missa do Dia da Consciência Negra (20/11), na Capela do bairro de Fátima, o padre Luiz da Paixão criticou o presidente Jair Bolsonaro/PSL por este ter dito que não existe racismo no Brasil.
“Ele não vive a realidade brasileira. Um presidente que diz que aqui não temos ato de racismo só pode estar louco. Vive fora da realidade e, para tristeza da maioria da população, ele é o presidente”, disse o padre, que administra a Paróquia São Pedro/bairro Palmeiras.
A “Missa Inculturada”, como definiu Rosângela Lisboa, a “Rainha do Quilombo Lisboa”, no bairro de Fátima, teve manifestações pelo fim do racismo e da desigualdade no Brasil e no mundo. Atuaram ainda integrantes da Pastoral Afro-Brasileira.
A celebração foi marcada por atos da cultura negra, com coreografias dos Grupos Afros Ganga Zumba, Associação Quilombola Herdeiros do Banzo e Centro Cultural Senzala de Capoeira Senzala. A parte musical ficou sob comando de José Eustáquio dos Santos (Taquinho). Veja o vídeo de trecho da celebração.
Depoimentos
Antes de criticar Bolsonaro/PSL, o padre Paixão assim falou na homilia: “O Brasil tem uma dívida muito grande com os afrodescendentes. Ainda temos muitos casos de racismo em nossa sociedade.”
Ele continuou: “Deus deu dons para cada um atuar de uma forma pelo bem. As qualidades que temos, devemos fazer o bem com elas. Quem espalha coisa boas, ganhará coisas boas. Quem comete o mal e alimenta o racismo é uma pessoa vazia.”
O sacerdote pregou a igualdade: “Todos devem ser tratados com respeito e da mesma forma. Devemos viver como família de Deus, pois perante Cristo somos todos irmãos”, frisou.
“A cada ano que passa o racismo aumenta. E parece que o pessoal só lembra disso quando chega novembro, o mês da Consciência Negra”, analisou Rosângela, que estava há 32 anos entre os fundadores do Ganga Zumba.
Na busca de solução na luta contra o racismo, Rosângela enfatiza: “Trabalhando o ano todo com as crianças, nas escolas, os conceitos de respeito, lá frente esta realidade pode acabar!”