O topônimo "Ponte Nova" surgiu de maneira óbvia: a construção, em meados do século XVIII, de uma “robusta” ponte sobre o rio Piranga, capaz de garantir a travessia de produtos locais para os mercados de Ouro Preto e Mariana e de viabilizar o trajeto dos viajantes que se aventuravam pelos sertões do Guarapiranga ou diretamente para a Província do Espírito Santo.
Nesta terça-feira (30/10), nossa cidade completa 152 anos de emancipação político-administrativa e continua construindo pontes sobre o rio Piranga e seus afluentes, mas principalmente entre gerações, buscando passarelas seguras na superação de abismos diversos.
Nós, desta FOLHA, preparamos edição especial que circulará nesta sexta-feira (2/11) contando a história das pontes, caracterizadas por datas e fatos históricos que permearam a trajetória de muitos personagens pontenovenses.
Permitimo-nos agora a instalação de pontes de conhecimento – “E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir”, dizia Milton Nascimento – e de reflexão crítica.
Nossa edição pretende se destacar ainda como fator de educação, sendo que prevalece a frase do saudoso Paulo Freire: “Educar é construir pontes”.
A propósito, recorremos ao domínio público para contar a história do construtor de pontes. Leia a seguir.
“Dois irmãos que moravam em sítios vizinhos, separados por um ribeirão, entraram em conflito até se tornarem inimigos.
Numa manhã, o irmão mais velho atendeu um viajante.
– Sou carpinteiro. Talvez você tenha algum serviço para mim!
Disse-lhe o sitiante:
– Sim, claro! Estou rompido com o meu vizinho e quero que use a pilha de madeira do meu celeiro para construir uma cerca bem alta no trecho mais estreito do ribeirão.
O homem ficou ali, trabalhando o dia inteiro, e à tarde, quando o contratante foi ver o serviço, deparou com uma ponte em vez da cerca solicitada. Era um belo trabalho, mas o sitiante ficou enfurecido:
– Você foi atrevido construindo essa ponte depois de saber da minha inimizade com o vizinho!
Ao olhar, entretanto, novamente para a ponte, viu o seu irmão aproximando-se de braços abertos e com esta declaração:
– Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte, mesmo depois do que nos dissemos!
Assim, os irmãos se abraçaram, chorando de alegria, bem no meio da ponte. Ao notarem que o carpinteiro ia embora, os dois o chamaram para novos serviços e ouviram esta inesperada resposta:
– Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir…"
Parabéns, Ponte Nova de 152 anos!
Assista aqui belíssima homenagem a Ponte Nova: vídeo produzido com imagens feitas por Alexandre Sammy e sonorizado por Arthur Vinih (música e letra).
