A 4ª Conversa de Mulher, promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação/Semash, debateu, nessa quinta (10/3), no Salão Paroquial do Centro Histórico, a necessidade de avanços nas políticas públicas para as mulheres”. Comandou o debate a superintendente de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres/Subsecretaria de Políticas para as Mulheres-MG, Isabel Cristina de Lima Lisboa.
Segundo ela, merecem destaque os dados nacionais do Mapa da Violência de 2015: a maior incidência de assassinatos de mulheres ocorre na faixa etária de 18 a 29 anos, o que se assemelha muito aos dados da Secretaria/MG de Defesa Social; e nos últimos dez anos, houve crescimento de 54% nos assassinatos de mulheres negras e uma queda de 9% nos assassinatos de mulheres brancas.
“Isso prova que existe desigualdade entre as próprias mulheres. As políticas públicas têm de ser mais incisivas e contundentes para que haja o enfrentamento”, disse a palestrante, defendendo “ações pró-autonomia e empoderamento, visando desconstruir processos de opressão e subjugação, e de participação e controle social, contando com parcerias diversas, especialmente nos movimentos sociais.
“Assim, temos atuado – na Secretaria/MG de Direitos Humanos – junto às mulheres negras, às jovens de periferias, vilas e favelas, do campo, da floresta, das águas, quilombolas, ciganas e indígenas, em privação de liberdade ou egressas do sistema prisional e socioeducativo. Há ainda as trabalhadoras domésticas, metalúrgicas e autônomas”, enumerou Isabel.
Para a coordenadora de Movimentos da Secretaria/PN de Cultura e Turismo, Mariana Silva, “é preciso pensar nas políticas voltadas às mulheres sem discutir gênero. Queremos todas e todos na nossa luta. Não somos contra os homens, mas a favor da igualdade de oportunidades. Queremos agregar, e não disputar”, disse Mariana.
O dirigente da Semash, Hermano Luís dos Santos, destacou ações da sua pasta, contando com unidade móvel de enfrentamento da violência conta a mulher e parceria com a Faculdade Dinâmica para levantamentos de dados relativos à violência. Há ainda a manutenção de dois grupos coordenados pelo Creas/PN, acolhendo mulheres em situação de vulnerabilidade e violência, entre outras frentes de atuação.
Já a chefe de Gabinete da Prefeitura, Michelle Guimarães, lembrou que na atual gestão mais de 70% do corpo técnico são constituídos por mulheres e que todas as políticas públicas do município têm sua participação efetiva.
“Temos que superar a história que nos colocou nas cozinhas, nos quartos de despejo, nas coxias. Hoje conquistamos os nossos direitos como protagonistas e trabalhadoras. Vamos às ruas, sentamos em bares, ocupamos cargos públicos e chegamos até mesmo à Presidência da República. Que possamos sair desta semana empoderadas e motivadas quanto ao reconhecimento do papel extraordinário que exercermos na sociedade”, finalizou Michele.