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InícioCIDADEDirigente da Aspon destaca desafios e conquistas dos surdos

Dirigente da Aspon destaca desafios e conquistas dos surdos

A vice-presidente da Associação de Surdos de Ponte Nova e Região/Aspon, Leuciane Aparecida Duele Rossi, abordou, da Tribuna Livre da Câmara Municipal, em 28/9, aspectos relativos ao Dia Nacional do Surdo (26/9). Por meio do intérprete de Libras, William Silvino da Silva, Leuciane apontou as conquistas e desafios da comunidade surda em Ponte Nova. “Em 2011, teve início a luta para a verdadeira inclusão dos surdos em Ponte Nova e região, já que até então não havia nenhum grupo que se manifestasse em prol dos surdos”, destacou Leuciane, relembrando que, no mesmo ano, o grupo esteve na Câmara com o objetivo de mostrar à sociedade a sua organização.

Segundo Leuciane, o grupo percebeu que, depois de tantas lutas, não bastava apenas cobrar das autoridades. “Nós, enquanto surdos, precisávamos nos mobilizar também, e foi aí que começamos a pensar na criação da Aspon”, explicou a vice-presidente.

Atualmente, a Associação tem como parceiros a Associação Comercial e Industrial de PN/ACIP, que permite aos surdos cursarem Pedagogia na Unipac com 50% de desconto, o Instituto Federal de Minas Gerais /IFMG, que cede espaço para os eventos da Aspon, e a Câmara de Viçosa, que possui intérprete de Libras. “Acredito que, aqui em Ponte Nova, vamos conquistar isto também. Os surdos devem ter as mesmas comodidades dos ouvintes. Se eles não quiserem vir aqui, poderão assistir de casa também”, disse Leuciane.

A vice-presidente da Aspon pediu agilidade aos vereadores para aprovação do Projeto de Lei nº 3.553/2017, de iniciativa do Executivo, que já tramita na Casa e cria duas vagas para professor e tradutor/intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na Secretaria Municipal de Educação/Semed. 

Ela solicitou também que a Aspon passe a receber subvenção do município, uma vez que, com o recurso, a Associação poderá ampliar seu atendimento com cursos para as Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, área clínica etc. “Com isso, os surdos não terão barreiras em sua comunicação, e sim acessibilidade plena”, disse Leuciane.

No momento, a Aspon tem 80 sócios, sendo 35 surdos, e oferece curso básico da Língua Brasileira de Sinais (Libras) I, II e III e curso de Português escrito para os surdos enquanto Língua II. 

Os vereadores, após a manifestação de Leuciane, fizeram comentários e ressaltaram a importância da Associação para Ponte Nova e região, os trabalhos desenvolvidos e, principalmente, o comprometimento com a comunidade surda quanto à disseminação da Língua Brasileira de Sinais/Libras. Esta foi reconhecida como segunda língua oficial do país com a Lei Federal n° 10.436/2002.

Quanto à subvenção, ela deve ser pleiteada junto ao município por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação/Semash e do Conselho Municipal de Assistência Social. Os vereadores ressaltaram que por meio dela os serviços poderão ser ampliados no município e região.

Neste ano, foi aprovada a Lei Municipal nº 4.110/2017 declarando de utilidade pública municipal a Aspon, sendo este um reconhecimento necessário junto à Semash para poder concorrer a subvenções e, nesta semana, o presidente da Mesa Diretora, Leo Moreira (PSB), apresentou, em nome da Casa, indicação solicitando ao Executivo que avalie a possibilidade de abrir, na Secretaria de Cultura e Turismo, espaço para sediar a Aspon.

Setembro Azul

O mês de setembro tem várias datas significativas refletindo a história de lutas e conquistas da comunidade surda. Os dias 6 e 11/9 remetem ao Congresso de Milão, em 1880, quando foi proibido o uso das Línguas de Sinais na Educação dos surdos. O dia 26/9 – Dia Nacional do Surdo -, instituído pela Lei Federal nº 11.796/2008, refere-se ao ano de 1857, quando nesta data foi fundada a primeira escola de surdos no Brasil pelo professor francês surdo Eduard Huet, o atual Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), sediado no Rio de Janeiro (RJ). Já no dia 30/9, celebram-se o Dia Internacional do Surdo e o do Profissional Tradutor.

A cor azul representa para a comunidade surda dois momentos históricos: o da Segunda Guerra Mundial (1939/1945), em que os nazistas identificavam as pessoas deficientes por meio de faixa de cor azul fixada no braço, e o momento atual, em que o azul simboliza a opressão enfrentada pelos surdos, mas também mostra o orgulho de ser surdo, de ter uma história e uma língua.

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