O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e de Autarquia de Ponte Nova/Sindserp coletou informações para redigir manifesto endereçado ao prefeito indicando a necessidade de definição de rígidos protocolos sanitários e revisão ampla no recente decreto municipal anticovid.
A decisão surgiu na tarde desta sexta-feira (23/7), no pátio da Escola Municipal Otávio Soares/Centro, onde a presidente do Sindserp, Denise Moura, recepcionou representantes da Secretaria Municipal de Educação/Semed, do Sindicato dos Professores de MG/Sinpro, da Superintendência Regional de Educação/SRE e do Sindicato Único dos Trabalhadores do Ensino/Sind-UTE, além de vereadores e servidores do ensino público.
O documento vai também para o Ministério Público e a Defensoria Pública. Pretende-se reunião com o prefeito Wagner Mol/PSB. "Nosso pensamento é que não se trata de condição de atender os estudantes, mas, sim, das restrições necessárias para a volta às aulas", frisou Denise.
“A nossa posição é muito clara desde o início da pandemia. Queremos um retorno seguro, em defesa da vida, com garantia de vacinação completa dos trabalhadores da educação e protocolos factíveis em cada escola”, disse Paulo Gustavo Grossi da Silva, diretor estadual do Sind-UTE.
Paulo citou a possibilidade de defesa de greve sanitária como “escudo do Sind-UTE para garantir a saúde dos trabalhadores do setor que ainda não tomaram a segunda dose da vacina e sabem que a escola não foi adaptada aos protocolos. Portanto, este um é ambiente de altíssimo risco de contaminação”.
Para a a representante do Sinpro, Aparecida Gregório, “ficou bem claro que não pode haver retorno diferenciado entre as redes pública e privada, porque somos seres humanos e não divididos entre rede municipal, estadual ou particular”.
No entender dela, “todos estamos correndo risco. Ao liberar o retorno na rede privada dizendo que há mais recurso para cumprir o protocolo, há um equívoco, pois sabemos de colégios sem a mínima condição de garantir a segurança dos profissionais e alunos. Outro fator muito agravante é o fato de que os profissionais da educação não receberam a segunda dose”.
José Maria Cardoso/inspetor escolar salientou que a Secretaria de Estado da Educação iniciou, em outubro de 2020, “check list” feito a partir das escolas e validados pelos inspetores escolares. Então, nós temos a segurança de dizer que na rede estadual [as escolas] estão preparadas para receber os alunos com segurança”.
A dirigente da Semed, Keila Izidório Lacerda, explicou o posicionamento do município: “Não existe recusa por parte do município em voltar às aulas. Há preocupação com uma retomada segura. Essa segurança não é só sinalização do espaço: precisamos pensar em muitas coisas antes da escola.”
Ponderou ela: “Pesam o emocional dos profissionais e o treinamento do pessoal de limpeza, por exemplo. A posição de não se estabelecer data é porque precisamos cumprir várias etapas deste protocolo. As adequações dos espaços públicos não são realizadas rapidamente. Algumas medidas dependem de licitação, de vários processos que às vezes demoram um pouco mais. Nós estamos dispostos, sim, a retomar as aulas, principalmente após a imunização dos profissionais.”
Durante o evento, houve confronto de posicionamentos entre Keila e o vereador Guto Malta/PT, para quem a Semed teve um ano para apresentar as adequações escolares.