
O vereador garante: “Não advogo em causa própria, meu tio [o ex-taxista Antônio Cardoso] morreu nessa semana, mas o sepultamento foi no Cemitério de Vau-Açu por causa dessa cobrança [para sepultar no Cemitério do Centro Histórico]. E ainda falaram que não tem vaga para enterrar. O monopólio [sic] dos velórios é uma denúncia gravíssima.”
Emerson informou que, ao pedir explicações ao prefeito Wagner Mol/PSB, este informou o valor da taxa de sepultamento que passou de R$ 70,00 para R$ 150,00 [de fato decreto de 29/5 passou o valor para R$ 106,82].
Declarou ele: “Se tem alguma coisa errada, teremos que investigar a fundo, porque na hora de reconstruir as gavetas [no Cemitério do Centro] eles demoram uma eternidade.”
Ainda conforme o vereador, o prefeito orientou para que se faça denúncia no Procon [Programa Municipal de Defesa do Consumidor], “porque as pessoas são lesadas por um determinado plano funerário: é um absurdo a cobrança de R$ 1.400,00 para enterrar um ente.”
O outro lado
Ouvida por esta FOLHA, Rosa Corcini Campos, diretora da Funerária Santa Casa (que tem parceria com o Grupo Zelo), indignou-se com “a falta de conhecimento do tema” por parte do vereador e passou a explicar o seguinte:
– “Não há novos espaços para enterros no Cemitério do Centro. Ocorrem sepultamentos em jazigos de família com a cobrança da taxa de R$ 1.200,00 para exumação de ossadas e esta taxa não é ilegal. Além do mais, a cobrança ocorre em casos específicos, pois nem em todos os túmulos há necessidade de exumação.”
– “Onde estava este vereador quando fomos à Câmara em 2022 com nossa denúncia na Ouvidoria e indicação de Wagner Gomides e Suellenn Fisioterapeuta [ambos do PV] relatando o congelamento da taxa de sepultamento desde 2010?”
– “Estamos subsidiando a Prefeitura há vários anos, pois a taxa [mesmo com o valor atualizado] não cobre despesas de enterros. Nós sepultamos no Mirante da Paz a grande maioria das vítimas da Covid recebendo apenas R$ 70,00 em cada caso. Isso o vereador não viu. Ele nunca se preocupou com os nossos custos e, agora está, sim, legislando em causa própria, pois só defende o suposto interesse público no caso da morte de seu tio.”
– “Em datas recentes, promovemos reunião com a Procuradoria Jurídica da Prefeitura para atualizar as pendências de custeio do setor, a começar pela taxa de sepultamento. O próprio decreto do prefeito admite que o valor estipulado está sem reajuste desde a data da promulgação da lei, em 2010.”
– “Ao contrário do que disse o vereador, não administramos plano de saúde e, sim, plano funeral.”
Nota da Redação – Em 19/6, na Câmara, Wagner Gomides apresentou nova indicação sobre a relação entre a Prefeitura e os administradores dos cemitérios.