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PN na Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador

À frente do grupo, estavam Maria Cosme Damião e Adão Pedro Vieira, respectivamente presidente e secretário do Conselho Municipal de Saúde.
InícioCIDADE'Estamos quebrando preconceitos no futebol, um esporte até então predominantemente masculino'

‘Estamos quebrando preconceitos no futebol, um esporte até então predominantemente masculino’

Carolina Ribeiro Dias
Capitã da Equipe de Futebol Feminino do Pontenovense FC

O futebol foi por muito tempo um esporte masculino, até nas arquibancadas só se viam homens torcendo por seus times. Um fato que comprova essa barreira entre gêneros é uma lei de 1941 que proibia a prática de futebol para as mulheres.

Ainda em 1964, o Conselho Nacional de Desporto (CND) proibiu o futebol feminino de ser praticado: essa decisão só foi anulada em 1981, mas mulheres não poderiam se profissionalizar.

Durante muitos anos, o preconceito e o machismo foram predominantes em relação a mulheres no futebol. Ainda vemos casos, escutamos frases como: – “Mulher não entende de futebol!” – “Futebol é pra homem!” – “Mulher não sabe jogar, vai passar vergonha!”
Mas mulher entende de futebol, sim, e pouco a pouco vamos quebrando esse preconceito e mostrando que temos a mesma compreensão do esporte, o mesmo amor à camisa.

Hoje, mulheres vêm ganhando espaço nesse território dominado por homens. Lembro que, quando tinha 12, 13 anos, não podia jogar, treinava, brincava entre os meninos, mas não tinha campeonatos para meninas nessa idade, não tinha oportunidades, a dificuldade era grande. Hoje, no time em que eu jogo, por exemplo, meninas com essa mesma idade treinam e participam de campeonatos com as mais velhas e jogam muito bem.

O time feminino do Pontenovense tem apenas 1 ano fazendo esse trabalho. Participou de 2 campeonatos e foi vice-campeão em um (a Copa das Divas). Vem tendo bons resultados, e é o único time feminino da cidade. O trabalho é feito com um pouco de dificuldade, pois não temos patrocínio, o material e uniforme que usamos são do time masculino, fora outras dificuldades. Juntas, porém, ajudamo-nos umas às outras e seguimos firmes e fortes, buscando cada vez mais jogadoras e títulos.

É bom ver que hoje já existem vários clubes com times femininos, muitos campeonatos para todas as idades e o mais importante: a profissionalização das atletas, muitas ainda desvalorizadas ou sem contrato. Se existir, contudo, remuneração, é um ótimo incentivo.
Uma boa notícia que tivemos foi uma nova regulamentação da Conmebol exigindo dos clubes que irão participar da Libertadores da América que tenham time feminino. Isso é ótimo para quem sonha em ser jogadora profissional um dia. É muito bom ver toda essa evolução. Fico muito feliz, e podemos dizer que as mulheres vêm ganhando cada vez mais visibilidade nos gramados.

O futebol feminino vem-se desenvolvendo, mas ainda há muito para evoluir, principalmente quando se fala em infraestrutura de trabalho, salários (no caso das profissionais), valorização e principalmente incentivo, que é muito desigual em relação ao masculino.
Mesmo que devagar, é gratificante ver que estamos evoluindo e ganhando cada vez mais espaço, porque a gente também torce, joga, chora, grita, se enche de alegrias, vive emoções, comenta táticas e sobretudo ama o futebol.

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