Os incêndios na região continuam causando prejuízo. O caso mais recente foi o de Acaiaca, onde uma queimada ilegal danificou a adutora de água em 4/9. Pessoal da Prefeitura trabalhou durante quase 24 horas no local.
Esta FOLHA obteve informação de que, até essa terça-feira (10/9), um total de 65 focos de incêndios foi atendido pelos militares do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiros/CB de Ponte Nova neste ano. No ano passado, foram ao menos 25 ocorrências.
Em sua nota, o CB ainda explicou o motivo da demora no atendimento ao incêndio no bairro Vale do Sereno, na noite dessa segunda-feira (9/9): quatro militares do turno atendiam ocorrência de urgência e só às 19h puderam atender a demanda, com uso de caminhão-tanque e abafadores de chamas.
Os militares aproveitam para reforçar pedido para que os cidadãos mantenham seus lotes capinados, já que o período de estiagem contribui para propagação rápida de incêndios. Lembram – ainda – que as queimadas prejudicam a fauna e a flora e geram problemas respiratórios.
A esta FOLHA, Kyara Ferreira, moradora do Vale do Sereno, relata momentos de tensão vivida com incêndio próximo de sua casa no início da tarde: “Cheguei em casa com minha família e me deparei com a mata queimando. E o fogo rapidamente alcançou os arredores!"
Relata Kyara: “Ligamos imediatamente para os bombeiros, que a princípio perguntaram se havia aceiro, porém nossa preocupação não era só o fogo, pois a fumaça invadiu a casa. Minhas três crianças têm problemas respiratórios.”
“Como o Corpo de Bombeiros não veio, saímos às pressas com as crianças, mas meu pai [Fábio Ferreira Batista] ficou para vigiar as chamas. O socorro só veio por volta das 19h, quando o fogo já estava no fim”, lamenta ela para continuar:
“Tivemos que dormir fora de casa. Antes desse fato, já tínhamos comunicado à Secretaria de Meio Ambiente sobre as queimadas no bairro, e nos foi dito que nada poderia ser feito. Também informamos à Prefeitura, há cerca de um mês, sobre o mato nos lotes vagos, mas também nenhuma medida foi tomada.”
Segundo Kyara, próximo de sua casa, não existe aceiro (capina de trecho com supressão de vegetação numa faixa de terreno). Segundo ela, “o fogo não passou [para mais perto da casa] porque não existe mato em nosso lote. Uma parte tem vegetação, mas demos sorte de o vento levar o fogo para o outro lado”.
Note-se que nos próximos dias o Corpo de Bombeiros vai passar a fiscalizar lotes vagos que estejam com entulhos e mato e abandonados, informando posteriormente em ofício ao Setor de Posturas para a devida autuação.
O soldado Mário Guimarães/Corpo de Bombeiros recomenda que se façam os aceiros e não se iniciem queimadas sem notificação às autoridades.