
“Amanhã lançaremos chamamento para produtores rurais que ainda não participam das feiras e queiram aderir ao projeto”, informou Fernanda a esta FOLHA, referindo-se às feiras de domingo/Palmeiras, 3ª-feira/parte alta do Centro, 4ª-feira/Palmeiras, 5ª-feira/Guarapiranga e sábado/parte baixa do Centro.
Continua Fernanda: “Entre as mudanças em estudo, está a da agenda cultural (música ao vivo e teatro de rua) na feira de sábado. Para os domingos, estamos alinhando melhorias de paisagismo, novas placas com marca da feira e outros itens, a serem formalmente lançados no Forró da Feira, previamente marcado para 29/7.”
Esclarece Fernanda: “A meta é transformar a feira num evento, não só numa central de venda de produtos. Ainda estudamos uma forma de fortalecer as vendas e promover a cultura rural.”
‘FOLHA na Feira’
A nossa Reportagem iniciou em 9/5, na Feira do Centro Histórico, uma série de reportagens – o projeto “FOLHA na Feira” -, entrevistando consumidores (que optaram por não dar declarações) e vendedores de hortaliças e legumes (estes também preferiram o silêncio, alegando que priorizavam o atendimento aos clientes).
Depoimento de Renata Gesualdo
De sua parte, a advogada Renata Gesualdo Gomes administra hoje a tradicional barraca de venda de comida – estrogonofe e frango xadrez -, seguindo os ensinamentos da sua mãe, Glorinha Gesualdo Gomes (ausente desde o início da pandemia da Covid). A barraca está chegando aos 20 anos na feira.
Resume Renata: “Minha mãe sempre trabalhou na produção e venda de comida, cativou clientes ao longo dos anos e segue ainda cozinhando em casa as receitas que eu ofereço semanalmente aqui na feira. Avançamos na logística e os produtos são vendidos em marmitex para consumo na hora ou em casa.”

“Pode, sim, haver melhoria na divulgação dos produtos e cardápios oferecidos em cada feira, para todos saberem que podem degustar nossos pratos, bem como pastel ou churrasquinho, e especialmente adquirir verduras e hortifrútis frescos. A feira ainda tem mingau de milho verde, doces e biscoito de polvilho.”
Depoimento de Luiz Henrique
O comerciante Luiz Henrique Ferreira Cheloni administra barraca de venda de churrasquinho e medalhão (bovino, suíno e frango), refrigerantes e cervejas, contando com dedicados funcionários. Ele também está há 20 anos nas Feira do Centro e do Guarapiranga.
Sobre sua trajetória, Luiz lembra-se de que no começo tinha uma filha pequena: “Eu não botava fé até que um amigo – o Arlindo do pastel – me trouxe para cá e falou forte: ‘Vai em frente que você vai vencer.’ E hoje eu sobrevivo da Feira. Isso ficou marcado em minha memória.”
Cheloni gosta da combinação de “itens da roça”, alimentos processados e bebidas: “Isso aqui anima a avenida [Caetano Marinho], que nas demais noites fica bem apagada.”
Ressalta ele: “A nossa dificuldade é que às vezes temos pouco apoio, mas estamos sobrevivendo, graças a Deus.” Ele deixa uma sugestão:
“Eles [o pessoal da Prefeitura] até organizaram tudo, com barracas e outras providências, mas para mim falta, por exemplo, instalação de banheiros químicos”.