O Grupo Êxtase de Dança, que dedica seus trabalhos à dança contemporânea, se apresenta neste domingo, 13/9, a partir das 20h30, na praça de Palmeiras. Trata-se do espetáculo “E se?”, no qual o Êxtase partiu da premissa de que somos imperfeitos e nos deparamos diariamente com momentos de dúvidas que nos levam a tomar decisões.
“E se?” é um desafio para o Êxtase, pois os bailarinos são também intérpretes – criadores – e atuaram efetivamente em todas as etapas do processo, desde a coreografia e o figurino até questões práticas de produção, como compra de materiais e seleção dos espaços das apresentações, entre outros.
A relação interpessoal está presente na coreografia de várias maneiras e é ligada às experiências pessoais dos próprios bailarinos, que desenvolveram movimentações a partir das questões sugeridas pelo tema e suas vivências. Esta analogia também está nos figurinos, que foram detalhadamente criados e desenhados pelos próprios bailarinos.
Durante o processo de montagem, o Grupo participou de diversos laboratórios, em que os integrantes puderam aprimorar seu potencial criativo. Fernando Martins, ao lado de Mário Nascimento e Paulo Chamone, solidificou sua relação com o grupo e neste novo trabalho atua como diretor coreográfico.
Fernando conta que os bailarinos tinham muitas dúvidas na construção do espetáculo, tanto em termos de dramaturgia, quanto no processo de criação de movimentos relacionados ao tema. Para ele, “o desafio maior foi fazê-los enxergar a complexidade da criação de um espetáculo de dança contemporânea por completo”. Com relação ao tema escolhido, Fernando destaca: “Este tema é muito importante, pois questiona formas e conceitos pré-definidos. É uma discussão sobre a sociedade vivendo em um modo cartografado e mecanizado”.
Para a criação dos figurinos, o Êxtase recebeu a figurinista Carolina Sudati, que desenvolveu laboratórios com diversos exercícios para estimular a percepção dos intérpretes-criadores. O figurino de “E se?” promove uma ambientação que remete a um universo e caracterização próprios. Para isso, optou-se por usar texturas e prolongamentos que transformam os corpos em cena em seres fantasiosos, desproporcionais e fora do comum.
Para Carolina Sudati, o resultado correspondeu às suas expectativas. Ela conta: “Os nossos encontros foram produtivos porque eles abraçaram muito a forma de criar. Eu percebo que vai acontecendo uma postura de maturidade do grupo. Eles se saíram bem, criaram coisas interessantes, porque eles realmente colocaram ali muitas ideias, se entregaram e desenvolveram uma potência criativa”.
A trilha sonora é resultado de pesquisa musical feita pelo Grupo Êxtase e Fernando Martins, que também fez a produção musical a partir das músicas de Ramiro Musotto, Loihditttu, Etwas e Urban Abstract.
Atualmente o Grupo Êxtase é formado pelos bailarinos Lidiane Jacinto, que estreia como diretora artística, Cleison Lana, Wellington Júlio, Rafael Tiko e Paloma Atanes e os estreantes João Paulo Petronílio, Rayane Oliveira, Beatriz Lima e Jussara Braga, que retorna ao Grupo após uma temporada fora.
O Grupo Êxtase de Dança conta com incentivo da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais e o patrocínio da Metalsider e Dimfer, numa realização do Instituto Asas e Núcleo de Arte e Dança e promoção da Secretaria de Cultura de Ponte Nova.
Sabe-se que o Grupo se apresentou em 11 cidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro em 2014, com o espetáculo “For Sale”, atingindo público estimado de 17 mil pessoas.
