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Guia ajudará empresas no enfrentamento do racismo e da desigualdade de gênero



O combate ao racismo institucional é meta do Governo brasileiro. A questão agora poderá ser combatida com a ajuda do Guia de Enfrentamento do Racismo Institucional e da Desigualdade de Gênero, lançado nessa quinta-feira (9/5) pelas Secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e de Políticas para as Mulheres (SPM).

Segundo especialistas de organizações feministas – responsáveis pela elaboração do material -, na prática, além de informações sobre o racismo institucional, o documento traz uma série de perguntas e instruções para que as intuições públicas sejam capazes de identificar problemas relacionados a esse comportamento.

Segundo a ministra da SPM, Eleonora Menicucci, um dos exemplos mais claros de racismo institucional está na saúde das mulheres. “Se você tem duas mulheres em processo de parto, é costumeiro que a mulher branca seja atendida primeiro que a negra. Isso é uma forma de racismo institucional”, explicou.

Menicucci se comprometeu a trabalhar para que a adoção do manual seja uma realidade nas repartições. “Daremos a esse guia a importância que ele merece para o enfrentamento do racismo”, garantiu.

A ministra Luíza Bairros ?, da Seppir, destacou que o principal desafio do Brasil é incluir nas políticas universais uma perspectiva que leve em conta as diferenças entre as pessoas, entre negros e brancos, entre mulheres e homens. Segundo ela, nesse sentido, informações que nem sempre são consideradas nos atendimentos públicos, como as de cor e sexo, são fundamentais para a medição de um impacto desvantajoso daquela política sobre determinados grupos.

Para Jurema Wernek, médica e coordenadora da organização não-governamental Criola, a ideia do guia é facilitar o trabalho nas organizações. “Muitas instituições já poderiam fazer esse trabalho se tivessem um material como esse em mãos. O que essa iniciativa produz é uma ferramenta que está sendo demandada. Nem todo mundo quer que o Brasil continue sendo racista”, disse.

O racismo se reafirma no dia a dia pela linguagem comum, se mantém e se alimenta pela tradição e a cultura e influencia a vida, o funcionamento das instituições e das organizações e também as relações entre as pessoas. Constitui-se na produção sistemática de segregação étnico-racial e nos processos institucionais. Manifesta-se por meio de normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano de trabalho, resultantes de ignorância, falta de atenção, preconceitos ou estereótipos racistas.

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), da Universidade de Brasília (UnB), surgiu em 1986 junto com a criação do Centro de Estudos Avançados Multidiciplinares (Ceam). Instituído conjuntamente com outros núcleos temáticos, a intenção era e continua sendo trabalhar com conteúdos ausentes ou pouco constantes nos currículos acadêmicos. O Neab se destina aos interessados em fazer estudos, desenvolver pesquisas e apoiar trabalhos que abordem e lidem com as relações raciais. De forma interdisciplinar, o núcleo tem assumido a árdua tarefa de estimular o debate acadêmico sobre as relações raciais, com base em teses e dissertações.

No final do ano passado, o professor e coordenador do Neab, Nelson Inocêncio, foi convidado pelo Senado Federal para dar curso junto com outra pesquisadora a respeito do racismo institucional e da desigualdade de gênero. A proposta do Senado surgiu após estudo realizado pelo órgão constatar que havia, dentro de sua estrutura trabalhista, diversos problemas relacionados ao tema.

“Demos um curso, na verdade, um começo de uma conversa, procurando orientar gestores e pessoas em cargos de chefia para ficarem atentos à situação e aprender a lidar com o racismo institucional”, lembra Nelson. O coordenador também já desenvolveu em outros ambientes profissionais cursos com a mesma proposta. “Temos desenvolvido esse trabalho de levar o debate das relações raciais aonde for possível e estimular a discussão”, ressalta.

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