Nesta semana, a presidente da Câmara Municipal de Ponte Nova, Aninha de Fizica/PSB, apresentou indicação cobrando, da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais/Codemge, informações sobre a obra de revitalização do prédio do extinto Hotel Glória em Ponte Nova, paralisada há vários meses.
A esta FOLHA, a dirigente da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento/Seplade, Sandra Brandão, antecipou esclarecimentos. Ela divulgou oficio de 11/3, assinado por Renato de Souza Costa, diretor de Mineração, Energia e Infraestrutura da Codemge.
Ele respondeu cobrança de Sandra, explicando que, após estudos geotécnicos no terreno, identificou-se ocorrência de “material de terceira categoria” não detectado na sondagem realizada na fase de elaboração dos projetos executivos da obra, a qual foi licitada pela Codemge para a empresa Sengel/Belo Horizonte.
“Dessa forma, serão necessários novos estudos de alternativas que permitam a melhor solução para a obra, considerando tratar-se de imóvel tombado e em estado precário de conservação”, escreveu Renato.
Ele previa prazo de 90 dias para conclusão de tais estudos e arrematou: “Com esta realidade, optou-se pela paralisação temporária do serviço, evitando-se, com isso, gastos financeiros que onerariam de forma significativa o valor da obra.”
Ocorre que o serviço não foi retomado em 90 dias (o que já gerou reclamações na Câmara). No início de julho, Sandra recebeu e-mail da arquiteta Carolina Pereira Rosa de Souza, da Codemge, com novas explicações. Ela mencionou negociação do aditamento do contrato com a Sengel “para a volta dos trabalhos neste semestre, mas sem detalhar o mês.
Carolina revela que a referência a “material de terceira categoria” diz respeito a um “afloramento de rocha sã” sob as edificações já demolidas. A remoção da rocha para a execução da obra de fundação do novo prédio “demandará adoção de método pouco invasivo”, explica Carolina para continuar:
“Todavia, com suas estruturas precárias, o Hotel não pode ser submetido a vibrações. Dessa forma, será adotada demolição da rocha utilizando-se técnica de argamassa expansiva.”
A arquiteta da Codemge ainda revela que a Sengel deparou com outro problema, ainda em dezembro de 2018. Um laudo geotécnico demonstrou que a encosta dos fundos do prédio seria alvo de remoção de terra, “mas não havia condições de segurança”.
Segundo Carolina, foi necessário o desenvolvimento de solução para contenção da encosta, tendo sido indicado o “sistema de estacas com tirantes cravados na rocha”. Tal procedimento será encaminhado “com a melhor técnica, uma vez que a questão envolve a segurança da encosta, da edificação e dos trabalhadores”.
História da obra
O Hotel Glória foi inaugurado em fevereiro de 1925 por Sebastião Drummond e Antônio Pinto de Oliveira, sendo extinto no início dos anos 1980.
Em 3/3/2017, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e Natural/CMPCN aprovou o projeto de transformação do prédio do extinto Hotel Glória em espaço de cultura e promoção artística, mas desde 2015 a Prefeitura já negociava apoio estadual para a sua revitalização.
Planeja-se instalação de sala de cinema (dentro do programa Cineminas), teatro, salas de multiuso para oficinas e cursos, espaço pró-memória municipal e outros itens. A iniciativa da Codemge tem parceria com o Serviço Social do Comércio/Sesc-MG.