A presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/Ibama, Marilene Ramos, estimou nessa quinta-feira, 10/12, que a biodiversidade da Bacia Hidrográfica do Rio Doce só se recuperará em dez anos, após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, que ocorreu em 5/11. Marilene também informou que deverá aplicar mais multas à mineradora Samarco.
As autuações, segunda ela, serão anunciadas na semana que vem. Marilene disse que os valores das multas ainda não estão definidos. O Ibama já aplicou cinco multas, de R$ 50 milhões cada, contra a empresa desde o desastre.
Além das multas, os Governos Federal, de Minas e do Espírito Santo abriram ação civil pública conjunta para que a Samarco crie fundo de R$ 20,2 bilhões, com o objetivo de tentar a reparação dos danos causados.
Já o Ministério Público Estadual/MPE anunciou, em Mariana, que vai entrar com ação civil pública na Justiça contra a Vale e a BHP Billiton para garantir o pagamento de indenização a vítimas do rompimento da barragem da Samarco. A decisão foi tomada depois que a Samarco se recusou a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo MPE. A Vale, por meio de nota, reiterou que "não se considera responsável" pela tragédia de Mariana.
Além disso, a Samarco deverá ser alvo agora do primeiro processo impetrado pela iniciativa privada. A Celulose Nipo Brasileira (Cenibra), que mantém operação ao longo de parte do rio Doce, atingido pela lama de rejeitos, deverá cobrar da mineradora nos tribunais o prejuízo pela paralisação do funcionamento da empresa, cuja linha de produção depende dessa água.
Na foto, marreco pé-vermelho aparece morto após chegada da lama que vazou da barragem. (Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios).