Em reportagem de Mateus Parreiras e Márcia Maria Cruz (e com fotos de Paulo Figueiras/EM – D.A. Press), o jornal “Estado de Minas” publicou nesse domingo, 8/11, balanço dos estragos em Barra Longa em decorrência da catástrofe das 2 barragens de rejeitos minerais que se romperam em 5/11, em Mariana.
No povoado de Mandioca (que tem 50 moradores), por exemplo, ficou destruída a estrada de acesso à casa das irmãs Virgínia Nogueira, 89 anos, e Isabel Conceição Nogueira, 80. A água e os mantimentos precisam viajar nos ombros de parentes e vizinhos por mais de 4km pela mata adentro para chegar à dispensa da moradia.
A onda de destruição e a lama depositada soterraram as minas e nascentes. Com isso, os moradores atravessam morros, pastos, mata e córrego para chegar a uma parte da estrada de terra que liga a comunidade à rodovia MG-129. Ali, num pesque-pague, montou-se posto avançado, no qual socorristas entregam donativos e principalmemte água potável
Em Mandioca, Dirceu da Luz, 62, contou à reportagem que, além da casa e outros itens, perdeu, no lamaçal, mais de 200 galinhas e o carro da família, um Fusca. O temor, neste fim de semana, era de que o mau cheiro exalado entre os chiqueiros e galinheiros inundados seja de cadáver soterrado. Esperava-se, entretanto, socorro adequado para remoção da lama para confirmação – ou não – da suspeita.
“Na pequena comunidade, a lama destruiu várias casas, das quais sobraram apenas armações de telhados, muros tombados e paredes solitárias no meio do barro. A escola tem lama até o teto. O centro comunitário ruiu. A igreja, que tem uma bela torre branca, da qual se orgulhavam os moradores, por ser um dos poucos pontos visíveis por aquelas roças, foi invadida pela lama”, como conta a reportagem do Estado de Minas.