Empresários de Ponte Nova reuniram-se às 18h dessa segunda-feira (29/6), na praça de Palmeiras, para alinhavar edição de ato contra medidas adotadas pela Prefeitura. Na campanha contra a Covid-19, o Executivo está fechando lojas de diversos segmentos, as quais estavam reabertas desde data recente.
Os 26 comerciantes envolvidos neste movimento criaram grupo via aplicativo WhatsApp ("Comerciantes de Ponte Nova Unidos"), o qual logo teve adesão de 196 outros e de cidadãos em geral.
Um dos coordenadores do protesto, Helton Andrade Antunes Ferreira, dono de comércio de maquiagem e bijuterias em Palmeiras, disse que a meta é mostrar ao prefeito Wagner Mol/PSB que os estabelecimentos afetados também são essenciais para a economia local.
Em função dos decretos apresentados pela Prefeitura, o grupo agenda, para esta quarta-feira (1º/7), manifestação pacífica a partir das 13h, concentrando-se na praça de Palmeiras. De lá, sai carreata até a sede da Prefeitura, no Centro Hitórico, com expectativa de encontro com o prefeito.
A mobilização dos comerciantes teve como motivo imediato o Decreto de Emergência em Saúde assinado em 26/6 por Wagner (leia aqui). Este atendeu orientação do Governo do Estado e determinou o retorno à “Onda Branca” do Programa Minas Consciente, diante do crescente aumento de casos positivos de Covid no Município.
O prefeito revogou parte do decreto anterior, no qual liberavam-se atividades comerciais classificadas como “Onda Amarela” no Minas Consciente, e decidiu que os bares serão autorizados a funcionar somente através de serviços de delivery (atendimento através de aplicativos, e-mails ou telefones).
Na avaliação dos comerciantes, tal decreto prejudicou os pequenos lojistas e empreendedores autônomos. Ressaltou Helton: “O prefeito não pode ficar na asa do governador [Romeu Zema/Novo]: ele tem que olhar a parte da população. Ou ele fecha tudo ou não fecha nada. Quem não morrer pela doença vai morrer por outros motivos. E o sustento de nossas famílias? Estamos querendo manter o comércio aberto e tomar todas as medidas preventivas corretamente.”
Iolanda Batista, proprietária de salão de beleza em Palmeiras, afirmou que o momento é de trabalhar: “Queremos trabalhar. Acho injustas as decisões arbitrárias deste Governo [Wagner]. Há outros meios de controle do vírus, e do jeito que está vamos morrer de fome.”
Iolanda aproveitou para informar que recebeu boleto da Secretaria Municipal de Fazenda cobrando R$ 72,00 de taxa de Imposto sobre Serviço/ISS e questionou: “Mas qual serviço estão cobrando, se estamos todos fechados?”
Luciano Francisco Ferreira, que possui salão de beleza no bairro Santo Antônio, fez este desabafo: “Não tem aglomeração num salão: a pessoa marca e vai. O rodízio de CPF já diminui bastante o fluxo de pessoas.”
Luciano continua: “O problema da propagação do vírus está nas pessoas que não respeitam as normas, nos ônibus que andam lotados e na falta de fiscalização municipal. Qual a explicação para um bar oferecer mesa para quatro pessoas beberem e, num salão, não poder sentar-se uma pessoa na cadeira e cortar cabelo?”
No protesto desta quarta, os organizadores sugerem que os participantes usem camisas/blusas pretas para simbolizar o luto, com Helton destacando que “o comércio de Ponte Nova está morrendo. Vamos manter o distanciamento entre a gente e dar um abraço na praça antes da carreata”.
Nesta terça (30/6), ainda não houve manifestação da Prefeitura. Em seu decreto, Wagner salienta a “necessidade de atuação diante da disseminação da doença, com elevados riscos de saúde pública, expressos no crescente aumento de casos positivos de Covid no Município”.
O chefe do Executivo também cita decisão do Comitê Extraordinário Covid/MG, de 24/6, que, ao aprovar a reclassificação das fases de abertura do comércio das macrorregiões relacionadas no Plano Minas Consciente, retrocede para a “Onda Branca” na Macrorregião Leste-Sul, na qual Ponte Nova está inserida.