Neste ano, a pandemia provocou a suspensão das festas em louvor de Nossa Senhora das Graças nesta sexta-feira (27/11)), em diversas cidades da região. “Não estamos recebendo os romeiros e visitantes, mas o significado, a religiosidade e a fé desta data são celebrados por todos”, informou nota da Prefeitura local.
Em Ponte Nova, transcorreu, no bairro Copacabana, novena on-line e também pelas redes sociais o encerramento, com terço e ladainha na noite desta sexta. Por outro lado, sem a romaria rumo à capela do Alto do Resende, na MG-329, programa-se carreata pontenovense, a partir das 19h, com saída nas proximidades do Auto-Posto Rio Doce e no final bênção diante da Igreja Matriz São Pedro/Palmeiras.
Já em Rio Casca, encerra-se na noite desta sexta a Novena da Padroeira, com retomada da campanha da beatificação de padre Antônio Ribeiro Pinto. A atividade será transmitida pelo Som Realce, via Tyn Wallison Live Stream, diretamente do Casarão Dr. Juquita Miranda.
Sua história
Padre Antônio teve intensa atuação microrregional, tomou frente da devoção a Nossa Senhora das Graças e é venerado especialmente pela cura de doentes. Nasceu em 2/4/1879, em Rio Piracicaba, sendo filho da escrava Fábia Maria de Jesus e criado pelos tios Maria Augusta e José Monsueto de Oliveira. Aos 21 anos, em Alvinópolis, obteve apoio para os estudos vocacionais e foi para o Seminário de Mariana, mas como empregado da instituição.
Admitido algum tempo depois como seminarista, ordenou-se padre em 9/4/1912, rezando sua primeira missa em Abre Campo. Nesta cidade, relata-se a sua primeira cura. “Ele orou para que Nossa Senhora transferisse para si o alcoolismo de sua mãe. Seu pedido foi atendido, e então começa o martírio do padre com a bebida, só interrompido com a morte de Fábia”, diz um texto sobre a biografia do sacerdote.
O fato é que em 1915 padre Antônio assumiu a Paróquia de Rio Casca. Em fins de 1917, mudou-se para Rio de José Pedro (hoje município de Ipanema). Já em 1º/5/1921, assumiu a Paróquia de Santo Antônio do Grama. Em 1925, passou a responder pelo Curato de São Sebastião do Grota/Jequeri. No ano seguinte, volta para Santo Antônio do Grama, de onde só sai em 2/2/1947, aos 68 anos, para assumir a Paróquia de Urucânia, então pertencente a Ponte Nova.
Ele ganhou, na comunidade urucaniense, grande projeção com as curas atribuídas à fé na medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Isto motivou intensa romaria – estadual e nacional – em busca da bênção dos enfermos. Morreu em 22/7/1963, no Hospital de Nossa Senhora das Dores/Ponte Nova, sendo sepultado em Urucânia.
A partir de 2009, um grupo de fiéis iniciou a coleta de assinaturas para que a Arquidiocese de Mariana instaurasse processo de beatificação de padre Antônio. O documento final, com milhares de adesões, foi entregue em 24/11/2010 ao arcebispo, dom Geraldo Lyrio Rocha.