Em nossa edição comemorativa do Dia das Mães, que circula a partir desta sexta-feira (8/5), a FOLHA reuniu mensagens de anunciantes, artigos de profissionais da saúde e da educação e depoimentos de grávidas e puérperas, estas com parto no Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD. Elas relatam a experiência de viverem momentos tão especiais de suas vidas com o clima desta pandemia.
Confira os relatos da experiência de: Amanda Patrocínio Cornélio da Cruz, do bairro Triângulo; Ana Paula da Silva, do bairro São Pedro; Letícia Aparecida Pasqualon Superbi, do bairro Triângulo Novo; e Marcele Garcia Gomes Gomides, do bairro Guarapiranga.
Uma grávida consciente: ‘Sei muito bem da importância do isolamento’
“Minha vida mudou totalmente com a chegada do coronavírus, afetando a espera da minha primeira filha.” No sétimo mês de gestação, Amanda Patrocínio Cornélio da Cruz, 25 anos, estava acostumada a sair de casa – no bairro Triângulo Novo – todos os dias e usar o transporte coletivo para ir ao trabalho, na Farmácia Droga Hera, mas teve que ficar em casa com o alerta para o isolamento contra a Covid-19.
“Desde o começo da quarentena [em 19/3, em Ponte Nova], só saí de casa para ir ao médico. Meu marido, José Paulo da Cruz, faz as compras para casa. Com tantos planos cancelados, a começar pelo ‘chá de bebê’, houve o fato das lojas fechadas, atrasando a confecção do enxoval. E tudo isso sem receber visitas de amigos e familiares”, acrescenta ela para admitir:
“É importante que a gestante seja protegida, por isso fico em casa o máximo possível, seguindo as orientações do médico e evitando a contaminação. Sei muito bem a importância do isolamento social. Ele reduz o número de pessoas que poderiam ser infectadas. Nas consultas de pré-natal, vou sempre com máscaras. Evito tocar nos olhos, nariz e boca, mantenho espaço com as outras pessoas, lavo muito as mãos com água e sabão e desinfeto tudo com álcool.”
Amanda deixa sua mensagem: “Espero que cada um tenha consciência e responsabilidade, cumpra com a sua parte e tire de tudo uma lição para as novas gerações. Sei que o melhor a fazer é manter a calma, mas fico preocupada sem saber como vai ser o futuro da minha filha, mas espero que tudo isso passe logo!” ela ainda salienta:
“O apoio incondicional da minha família tem sido de extrema importância.” Já em relação ao coronavírus, Amanda é direta: “Se mantivermos o isolamento e demais cuidados e firmarmos nossa fé em Deus, todos conseguiremos passar por tudo isto.”
O ‘momento mágico’ da gravidez e a nova insegurança
“A gravidez é um momento único e mágico e gera incertezas e preocupações com relação à saúde das mamães e dos nossos filhos. Agora ainda temos noção do novo perigo quando vemos a proporção do que acontece em nossa volta, ao ligar a TV e ouvir notícia da Covid-19. A cada dia, cresce o anseio pela cura.”
Esta declaração é de Ana Paula da Silva (foto), funcionária da Farmácia Integrada de Ponte Nova. Ela continua: “É difícil conviver com esta insegurança. Fico em casa, no bairro São Pedro, com uma filha recém-nascida (Esther, em 9/4) e outro, adolescente (Pedro Henrique, 15 anos). Com meu marido – Jamiel de Cássio Silva – trabalhando, tomamos todo cuidado possível: uso de gel e máscara e limpeza dos produtos que chegam do mercado ou são entregues por terceiros.”
Quanto às visitas de familiares e amigos, Ana Paula informa que fica a expectativa, enquanto divulga fotos e vídeos. Ela deixa mais este recado:
“A melhor forma de enfrentar a Covid é ficando em casa. Torço pelos profissionais da saúde que estão na linha de frente e para todas as pessoas que, tomando todas as precauções, precisam sair para trabalhar e buscar o sustento para suas famílias.”
‘Espero tudo passar e alegria no futuro’
“Estou vivendo um dos momentos mais difíceis da minha vida. Este, que era para ser um momento de expectativa e muita alegria, de repente se tornou de medo e incertezas. Tenho medo de um vírus [Covid-19], que tem acabado com muitas vidas. Espero tudo passar, e a alegria no futuro chegará para todos nós.”
A declaração é de Letícia Aparecida Pasqualon Superbi, 25 anos, grávida há cinco meses e esperançosa com a chegada da filha, que já tem nome (Yasmin), e declara:
“Tenho a sorte de ter ao meu lado um dos melhores obstetras, Sinésio Moreira dos Santos, e as meninas incríveis e superatenciosas do PSF Triângulo.”
‘Que esta data seja um momento de ressignificação da mulher-mãe’
Marcele Garcia Gomes Gomides, do bairro Guarapiranga, é coordenadora de Enfermagem do Centro Cirúrgico do Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD. Chegando ao quinto mês de gravidez, ela confessa: "No momento mais especial da minha vida, criei expectativas e fiz planos para viver minha gestação e puerpério, mas deparei com a insegurança e a incerteza na forma da pandemia da Covid-19."
Marcele diz que se sentiu vulnerável e teve medo de conviver com isto, pelo receio de ser contaminada e isto acarretar problemas para seu filho: “Com o tempo, percebi que o pânico não poderia tomar conta de mim. Para transformar este sentimento para que apenas boas energias chegassem até meu tão sonhado filho, procurei me informar e me aconselhar sobre a ação do vírus principalmente na gestação, lendo estudos, pesquisas científicas, ainda que sejam tão poucas, e através do pré-natal e do acompanhamento obstétrico.”
Ela sabe que o enfrentamento da pandemia gera “transtornos econômicos, sociais e até mentais” para a população mundial, mas acredita na relevância de se prevenir com o uso de máscaras, álcool em gel e isolamento máximo, dentro da realidade de cada um.
“Enquanto pudermos, vamos evitar que esta doença chegue a cada um de nós. Que neste Dia das Mães continuemos seguindo as medidas recomendadas, além de manter nosso afeto e carinho, expressados de forma diferente, sem o calor e o acolhimento de outros tempos”, declara ela para concluir:
“Que esta data seja um momento de ressignificação da mulher/mãe e sua importância na sociedade. Que seja um dia especial para todas nós e em especial para a minha mãe, Carmen, meu exemplo e meu orgulho. Um feliz Dia das Mães!”
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