Silvânia Vieira
Gerente-Geral da Wizard Ponte Nova
É o ponto culminante das críticas da sociedade. A partir daí, questiona-se profundamente o nível de educação no Brasil. Questionam-se a qualidade do ensino, a falta de adequação entre a teoria e a prática, a instrução pura e simples em detrimento da formação. Enfim, trata-se de um questionamento da realidade que é o ensino no Brasil hoje.
Nota zero mesmo? Em um breve retorno ao passado, constata-se que o ensino daquela época era mais eficiente e valorizado, talvez pelo livre arbítrio do professor e pela sua autonomia.
Verificam-se ainda o respeito e a importância dados à figura do educador, tanto pelos alunos como pela família. Por outro lado, percebe-se que, com a aceleração da modernidade, a educação não poderia ficar estagnada no passado; era necessário mudar. E daí surgem os questionamentos.
Todo questionamento é questionamento. Espicaça. Mexe nos brios. Tem a força da ideia, que transforma. Transforma, porém, no ritmo da “água mole sobre pedra dura”. Ideias transformam profundamente, lentamente.
Percebe-se, então, que a educação no Brasil precisa dar passos mais largos e decididos em direção a uma profunda mudança. O caos aparente, o anacronismo dos modelos a que se apegava a educação no Brasil, porém, não impedem de vivermos momentos privilegiados de educação genuína.
Educar é fazer sair. Provocar um êxodo, sim, de dentro para fora. Um crescimento do mais profundo da personalidade para o mais aberto, que resulta na mais rica obra-prima: o homem-ser em relação.
Em que pese a nota zero para a educação no Brasil, afirmo que, para alguns, principalmente nós, educadores, ainda existem os momentos privilegiados que merecem nota dez.
Uma nota dez que é o total da soma das parcelas – amor , dedicação, competência, eficiência. Nota dez para o ato de educar. Nota dez para os caminhos que nos levam a descobrir novos meios e métodos de educar. Nota dez para os educadores que, apesar de tudo, ainda acreditam na educação!