Até o fechamento desta nota, em 20/4, as duas famílias dos pontenovenses Lucas Silva Fernandes, 24 anos (com parentes no bairro Pacheco), e Nilton Antônio da Silva dos Anjos, 23 (com família no bairro Malvinas), viviam o drama do translado dos corpos de Itacoatiara, a 176km de Manaus, para sepultamento em Ponte Nova.
O custo da viagem, em torno de R$ 7 mil, era avaliado com rateio entre os familiares, conforme apurou a reportagem desta FOLHA com as famílias.
Os parentes convivem com a consternação das mortes ocorridas em naufrágio de canoa no interior do Amazonas. Lucas e Nilton eram amigos em Ponte Nova e há 4 anos haviam-se radicado naquele Estado.
Segundo a Imprensa amazonense, a canoa “a motor”, com 12 pessoas a bordo, afundou-se, às 11h dessa quarta-feira (19/4), em rio do município de Itacoatiara. Morreram também Francilene Andrade da Cruz, 19, grávida de três meses, e Joel da Cruz Amazonas, 20, ambos parentes das esposas dos dois pontenovenses. Com a localização e identificação dos corpos às 15h, familiares receberam a notícia em Ponte Nova.
No bairro Malvinas – vizinho do bairro Rasa -, nossa Reportagem foi recebida pela aposentada Rosa Helena dos Anjos, mãe de Nilton. Muito triste pelo ocorrido, Rosa – viúva de José Lélio dos Anjos – busca força com amigos e familiares, que desde a manhã lhe prestam solidariedade.
“Estou me sentindo só, tudo que eu tinha perdi”, disse Rosa. Ela perdeu o marido há 4 anos, e nessa época também Nilton havia completado a maioridade, quando se mudou para o município onde ocorreu o acidente.
Rosa pretende com o translado sepultar Nilton no Parque Mirante da Paz, onde ocorreu o do marido. Ela contou que Nilton mudou para Manaus para ficar com família que morou no bairro Malvinas.
Ela teve o último contato com Nilton recentemente por telefone, “e ele disse que pretendia vir em julho para a Festa de Santana de Guaraciaba, e seria a primeira vez que viria a Ponte Nova depois da sua ida”, disse – emocionada – Rosa.
Mãe de Lucas, Vânia Fernandes, falou – bastante emocionada – que praticamente todos os dias conversava com o filho por telefone: “Era um filho bom e, apesar da pouca idade, era muito maduro. Ele só pensava nos filhos e no trabalho. Ele começou a namorar com a Larissa, a qual engravidou. Com a família dela retornando para Manaus, ele quis seguir com ela para lá. Vi ele indo vivo para lá e agora vou ter que ver ele voltar morto. É uma dor muito grande! Só quem é mãe sabe o que estou passando!”
Vânia contou que Lucas deixa dois filhos, um de 5 anos e uma menina de 1 ano e 7 meses. Para o translado para Ponte Nova, Vânia está buscando apoio na empresa onde o filho trabalhava (localizada em região próxima de Manaus e especializada em serviços gerais de limpeza).