O prefeito Wagner Mol/PSB requereu a suspensão do trâmite, na Câmara Municipal, do projeto que prevê R$ 3 milhões para custeio de asfaltamento terceirizado pela cidade.
A possibilidade da suspensão foi citada em 16/5, no plenário, por Aninha de Fizica/PSB, como forma de encerrar a polêmica sobre o assunto. "Há como fazer o serviço possível com recursos próprios", disse a vereadora.
O chefe do Executivo não informa os motivos do pedido de devolução do projeto. O documento está datado de 13/5 e foi protocolado no Legislativo em 17/5. O atendimento estará na pauta desta semana da Comissão de Finanças, Legislação e Justiça.
Vereadores argumentam
Aninha se referiu à retirada do projeto depois de intenso debate em 16/5: "Conheço e sei da capacidade do prefeito. Não podemos é deixar a av. Getúlio Vargas sem calçamento. É muito buraco. A gente sabe do compromisso do prefeito. Peço que a Usina de Asfalto continue trabalhando. Estão terminando a pavimentação perto da Fábrica de Papel e concluíram a da rua Pedro Nunes Pinheiro/Vila Oliveira."
Aninha disse que a estrutura da Usina "não tem condições de fazer tudo sozinha. Mas peço que Wagner retire o projeto e faça [o serviço] com recursos próprios. O projeto já deu o que tinha de dar”, desabafou ela para em seguida pedir a recuperação de pontes rurais afetadas pelas chuvas do começo do ano.
Wellerson Mayrink/PSB parabenizou Aninha de Fizica pela sugestão. "Estamos aguardando respostas e queremos que o Executivo apresente as planilhas corretas, e não as maquiadas, as fake news." Na semana anterior, ele pediu extensa lista de documentos municipais para avaliar o projeto de Wagner Mol.
Osório apoia o projeto
Zé Osório/PSB disse no plenário que a Comissão de Orçamento e Tomada de Contas – a qual ele preside – aprovou o projeto do prefeito para discussão em plenário, como também fez a Comissão de Finanças e Legislação.
Enfatizou Osório: "Não são R$ 3 milhões para asfaltar três ruas. São várias e, enquanto não se aprovar o projeto, vai ficar essa lenga-lenga. As comunidades estão aguardando e, a meu ver, o vereador tem que fiscalizar, mas está havendo mais politicagem."
Guto desabafa
Guto Malta/PT discursou condenando "a narrativa que corre pela cidade segundo a qual nós [os sete vereadores do Bloco Voz Ativa] estamos inviabilizando o governo, que somos algozes e inimigos da cidade. Querem é justificar as deficiências estruturais, a falta de capacidade gerencial".
Conforme o vereador petista, "não estamos aqui para bater carimbo e aceitar tudo que vem do Executivo, mas para fazer análises criticas. Eu não vou permitir comentários – nos grupos de Zap – desmerecendo nossa atuação. Aqui não é puxadinho, quintal de Prefeitura, mas local de autonomia, soberania, independência e harmonia".
Guto declarou que a Câmara não sabe da realidade orçamentaria e financeira da Prefeitura e, com relação ao asfaltamento, "a estimativa de preços enviada pelo Cimvalpi [Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga] está desatualizada, pois tem a data de julho 2021".
Guto ponderou: "Insistimos para que o Executivo mande mais informações. Aguardamos ansiosos o diálogo, que nunca existiu. Recados atrevidos nos chegam, assim como informações falsas. O vitimismo se coloca toda hora. A justificava do fracasso antes era a chuva, e a badalada fábrica de asfalto hoje não serve mais." O vereador continuou:
Desabafou ele sem identificar suposto agressor: "Não me venha com a narrativa de que estamos atrapalhando o Executivo. É fake news. Só rejeitamos 3 ou 4 projetos com fundamentos. Temos falhas, somos imperfeitos, mas não me chame de canalha, não me chame de safado, perseguidor."
O presidente Antônio Pracatá/MDB frisou: "De fato, a Câmara não está segurando os projetos. A realidade é outra. Antes de falar, antes de os secretários darem suas entrevistas, que venham à Câmara para saberem que a maioria dos projetos que aqui chegam está dando muito trabalho à nossa assessoria por causa de informações incompletas."
Sérgio Ferrugem
Sérgio Ferrugem/Republicanos ponderou: "A Usina de Asfalto foi sucesso na campanha eleitoral e deveria ser usada agora para tapar os buracos, e não ficar dependendo desta lenga-lenga. Uma administração lançada na reeleição sabe dos desafios da 1ª e 2ª gestão. Não estamos aqui para inviabilizar o avanço, mas para o progresso da cidade.”
Rejeitando a pressão
Suellenn Fisioterapeuta/PV referiu-se a "manifestações no plenário proferidas com a nítida intenção de confundir as pessoas. Nas ruas, o secretariado, quem tem cargo de chefia ou comissionado, fala que esta Casa não deixa o prefeito trabalhar. Fico indignada".
Conforme o seu depoimento, "os cidadãos não são bobos e sabem que a Câmara não atrasa os projetos. Antigamente tudo aqui era na base do sim e hoje a gente discute e emenda para melhorar os projetos que, na maioria, chegam incompletos".
Assim finalizou a vereadora: "A população está insatisfeita com o estacionamento rotativo, um projeto aprovado de forma errada. E há projetos, como o da cesta básica e dos vencimentos dos professores, ambos provocando mais insatisfação. Eu não vou me omitir nem vou votar por pressão."