Passadas as festas de fim de ano, a palavra de ordem é planejamento. Este ano será diferente para boa parte dos empresários, já que 2014 vai abrigar dois eventos capazes de mexer com a economia de qualquer país: Copa do Mundo da Fifa e eleições para executivos e legislativos federal e estaduais. Se muitos veem uma janela única de oportunidades, praticamente todos nutrem algum grau de receio.
Segundo reportagem de Daniela Maciel/Diário do Comércio, o especialista em redução de gastos e responsável pela franquia de consultoria Era – Expense Reduction Analysts, Fernando Macedo, declara que a equação receita – despesa = lucro é a mesma em qualquer empresa do mundo, e os empresários prestam pouca atenção no termo despesa. É comum as pessoas olharem mais para aquilo que estão ganhando e deem menos atenção ao que gastam. Do outro lado, temos uma série de gastos tradicionais que são naturalizados, digo que são inerciais e por isso acabam se tornando quase invisíveis, mas eles podem fazer a diferença no resultado final, aponta Macedo.
Para ele, o empresário precisa diferenciar gasto e investimento e compreender que a verificação de processos e o uso adequado da tecnologia pode gerar grande economia. É preciso criar uma cultura empresarial que busque essas práticas. O comprometimento deve começar pelo alto escalão da empresa. Na maioria das vezes é possível detectar falhas e desperdício dentro dos processos. É compreensível que, se as coisas estão dando certo e a empresas faturando bem, as empresas tenham pouco tempo para pensar nisso, mas é importante. Rever processos, analisar contratos, observar índices de reajuste, dentre outras atitudes, devem ser uma rotina, explica o especialista.
A terceirização é um ponto crucial. Ela não deve ser encarada como uma solução final que livra a empresas de toda responsabilidade. Monitorar a prestação dos serviços, renegociar contratos e verificar se as necessidades continuam as mesmas são fundamentais. Existe um falso conceito de que terceirizando uma atividade você se livra do problema. Quando você delega não pode se tornar dependente do especialista. É importante que você seja o contratante, e não o refém, alerta.
Não existe, porém, saúde financeira que resista sem uma boa gestão. De acordo com o especialista em gestão de processos, desdobramento de objetivos e gerenciamento integrado e coordenador de projeto do Instituto Áquila, Thiago Brandão, alinhar metas é o primeiro passo. A empresa tem que saber aonde quer ir para que cada funcionário possa trabalhar em prol do objetivo traçado. Para isso é necessário definir estratégias, elaborar projetos estruturais, alinhar responsabilidades, acompanhar os processos e criar incentivos através da compensação de esforços aos colaboradores.
Comprometimento é a palavra-chave e deve partir da alta gestão. Uma visão integrada é fundamental, especialmente para as empresas menos maduras e com crescimento muito acelerado. Essa é uma postura que deve ser contínua, mas reforçada neste ano: evitar o desperdício. A mão de obra vai ficar ainda mais cara, e a economia não deve ser muito diferente do que foi em 2013. Então o momento é de controle e antecipação de cenários, completa o especialista na reportagem do Diário do Comércio.