A Associação dos Municípios da Microrregião do Rio Doce (Ardoce), em parceria com a Prefeitura de Governador Valadares, reuniu em sua sede, em 29/12, representantes de 22 dos 33 municípios atingidos pelo rompimento de barragem em Mariana. O objetivo foi discutir formas unificadas para cobrar da Samarco ações mais efetivas no atendimento às cidades atingidas.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior/PPS, disse que a Samarco não tem cumprido todas as medidas que ficaram acordadas desde os primeiros momentos após o rompimento da Barragem de Fundão. Ele alegou que a Administração do Fundo de Ações Emergenciais – criado pelo Ministério Público para que a Samarco atenda pessoas e cidades afetadas pela tragédia e firmado na quantia de R$ 1 bilhão – não satisfaz a todos os prefeitos.
“Quando foi criado esse fundo de ações emergenciais, o Ministério Público orientou no sentido de que cada município levantasse seus danos e criasse projeto em prol dos problemas enfrentados. Esse fundo é destinado a obras nas cidades atingidas pela lama, como reabertura de estrada e realocação de pessoas. Mas o principal objetivo seria a recuperação do dano ambiental, e isso não está acontecendo. Nós não podemos participar no sentido de indicar o que pode ser feito, porque a mineradora Samarco contratou empresa terceirizada para administrar esse fundo”, declarou.
Duarte Júnior alertou ainda para o fato de que a Barragem de Germano teria 22% de chances de se romper, situação que preocupa todos os que podem ser atingidos novamente. A prefeita Elisa Costa/PT destacou que várias medidas foram feitas em prol de Valadares para ressarcimento dos danos e das perdas. “Seja nos âmbitos produtivo, cultural, ambiental e socioeconômico, fizemos relatórios do município que foram apresentados à Samarco, ao Estado de Minas Gerais e agora ao Ministério Público Estadual. Isso significa que Valadares reúne, em conjunto com as cidades atingidas, propostas do que precisa ser feito num primeiro momento e até a longo prazo para recuperação de toda a bacia com recursos federais da ação civil pública”, detalhou.
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski informou que o próximo passo será a elaboração de documento com participação de todas as cidades atingidas para ser encaminhado ao Ministério Público.
"Nesse encontro, a ideia é fortalecer a união de todos os municípios diretamente afetados. Se nós ficarmos isolados tratando das questões locais, a gente vai perder a força de que nós precisamos. Nossa proposta é tirar uma agenda comum e uma pauta comum, para que a gente possa fazer dessa pauta o principal documento que vai nortear a discussão na força-tarefa e na ação civil pública que está sendo movida pelo Governo Federal com os Governos Estaduais", destacou o prefeito de Colatina.