O encerramento da Semana Evangélica de Ponte Nova, a partir das 18h desta sexta-feira (7/9), não terá apoio da Prefeitura Municipal, o que provocou, na sessão de 3/9 da Câmara, protestos dos três vereadores evangélicos: Machadinho/Avante, André Pessata/PSC e Sérgio Ferrugem/PRB.
“Peço desculpas a todas as Igrejas Evangélicas pela falha, que não foi nossa. Conversamos antecipadamente sobre o programa, e foi dito que haveria como ajudar com palco, som e iluminação. Muito me admira que só agora chegou a resposta negativa da Prefeitura”, declarou Machadinho.
Compreendendo que, “se a lei não permite, tudo bem”, Machadinho pondera que a demora na resposta – tendo havido promessa de apoio – é ruim, pois os cartazes estão espalhados pela região. “Agora vamos ter que fazer um rateio para pagar palco, som e iluminação”, disse o vereador.
“O prefeito [Wagner Mol/PSB] não nos chamou “nem para pedir desculpas, porque não deu tempo de ver na lei se era possível o apoio”, lamentou Machadinho, que faz este desabafo: “O povo evangélico merece respeito. Somos pacíficos, e fico imaginando se acontece algo assim com outros grupos, pois seria ‘um sururu’ muito grande.”
Por sua vez, protestou Sérgio Ferrugem: “Tudo bem que seja constitucional [a decisão da Prefeitura], mas não fomos comunicados. Ficamos sabendo por boca de terceiros. Representamos o povo: deveriam ter chamado a gente ao diálogo. Isso é um absurdo! Numa reunião, a representante da pasta [Fernanda Ribeiro/secretária de Cultura e Turismo] fecha o negócio, põe a adrenalina de todo mundo a mil, e de uma hora para outra chega um balde de gelo. É lamentável, mas é Ponte Nova!”
Disse André Pessata: “Essa situação ficou constrangedora. É a mesma coisa que falar que vai dar um presente e ajudar de uma forma, e depois isso não acontecer, colocando em dificuldade as pessoas envolvidas. Mas [a programação] vai estar acontecendo sim!”
Rubinho/PSDB ironizou a situação ao se dirigir aos vereadores evangélicos: “Desconsiderem um pouco a situação do prefeito, porque todos nós sabemos o episódio que houve com ele uma semana atrás [Wagner foi barrado no palco durante show da cantora Sandra de Sá, no encerramento do Bar, Boteco & Cia].”
Arrematou Rubinho: “Infelizmente, ele teve que dar uma descansada e talvez se esqueceu de comunicar a vocês que não poderia fazer aquilo que ele tinha de fazer. Como vocês são evangélicos, rezem por ele. Quem sabe Deus possa iluminar e ele possa colocar a cabeça no lugar e ver que as necessidades de Ponte Nova são muito maiores do que aquilo que esperamos!”
Fernanda explica
Até o fechamento desta notícia, não havia nota municipal sobre a polêmica. Ouvida por nossa Reportagem, Fernanda informou que há um bom tempo recebeu orientação do prefeito para atender os evangélicos, e isso foi repassado a eles numa reunião preparatória para a semana.
Quando, entretanto, enviou – para a Administração – as notas com as despesas, “o Controle Interno me informou que há uma lei de 2011 proibindo apoio municipal para qualquer religião. A exceção fica para serviço de eletricidade, instalação de banheiros químicos e algum tipo de transporte”, sublinhou Fernanda.
A secretária de Cultura e Turismo acrescentou que há cerca de duas semanas havia informado a um pastor sobre a limitação legal e adiantado que, para contornar o problema no próximo ano, poderia agendar show gospel no programa municipal anual. “Não houve má vontade de nossa parte”, garantiu ela.