Beatriz Leite Carvalho externou, na Tribuna Livre da Câmara/PN, na noite dessa quinta-feira, 5/11, as suas razões para questionar com veemência a desapropriação de terreno de empresa de sua família (Gravatá Agropecuária), à margem do rio Piranga, a cerca de 2km abaixo do bairro Rasa. O Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento/Dmaes mobiliza-se para instalação, ali, da Estação de Tratamento de Esgoto/ETE de PN.
Na argumentação dela, há supostos indícios de fraudes em documentos do estudo locacional da ETE. “Causa espécie que a área da Parada, duas vezes recomendada pelo Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental/Desa da Universidade Federal e Minas Gerais (UFMG) pela economia de gastos públicos para o Município não seja aproveitada”, disse Beatriz.
“Nota-se nitidamente a intenção de não dar pontuação alta à área da Parada, ainda ratificada pelos profissionais da UFMG”, ressalta a denunciante. “Parece que houve um terremoto em Ponte Mova”, ironiza Beatriz, ao referir-se às diferenças de localização de mesmos terrenos em documentos distintos.
Ela vê “falta de transparência na escolha tendenciosa do nosso terreno desapropriado, o que ocorreu sem nenhum estudo prévio socioambiental, sem participação da comunidade, sem audiência pública e reuniões com os atingidos”. Diversos vereadores solidarizaram-se com ela. Patrícia Castanheira/Rede pediu subsídios para envio de correspondência do Legislativo para o Desa/UFMG requerendo esclarecimentos sobre supostas incoerências no estudo locacional e na medição da latitude e longitude das áreas pesquisadas,
Esta FOLHA teve acesso à manifestação do advogado do Dmaes, Lucas Avelar Silveira, de 19/10, encaminhada ao Juizado da 2ª Vara Cível/PN, pretendendo impugnar uma ação da Gravatá. O Dmaes vê como “intempestiva” a argumentação, classificando-a de “protelatória” e “baseada em erro crasso”.
A argumentação do representante da Autarquia ainda menciona “declarações caluniosas, passíveis de punição na área criminal”. Não houve, pois, “falsificação de documentos”, e, para o advogado do Dmaes, ao questionar a desapropriação, a Gravatá baseia-se em argumentos “falaciosos e absolutamente contraditórios”. Leia na nossa edição impressa de 6/11 detalhes da acusação de Beatriz e da réplica do Dmaes.