Aprovou-se, na reunião da Câmara/PN de 19/6, projeto do vice-presidente Carlos Montanha/PMDB que inclui o serviço de mototáxi no sistema municipal de transporte coletivo. O projeto teve apenas um voto contra, de Betinho/PDT, o qual não justificou a sua posição.
Carlos Montanha/PMDB ressaltou a importância da regulamentação deste serviço, que vem funcionando “desordenadamente”. No entender dele, “talvez haja até pessoas sem condições de pilotar moto fazendo o serviço e pondo em risco a segurança dos usuários. Não quero privar ninguém de ganhar dinheiro, mas sim a legalização”, ressaltou ele.
Aninha de Fizica/PSB fez questão de reiterar a preocupação que ela externou no início da tramitação do projeto: “Que não seja reduzido o número atual de mototaxistas, pois é desse trabalho que sai o ‘ganha-pão’ de muitas famílias”, disse ela.
Hermano Luiz/PT ressaltou que, com a aprovação e o esperado sancionamento da lei pelo prefeito Wagner Mol/PSB, “esta classe estará sujeita à regulamentação municipal”. A propósito, Rubinho Tavares/PSDB destacou que o chefe do Executivo deve determinar que se realize licitação das placas, em vez de doação ou liberação sem estabelecimento de regras e limites para os profissionais do setor.
Fiota/PEN se disse preocupada com a possibilidade de a regulamentação do serviço resultar em prejuízo dos trabalhadores, acenando com riscos para quem, neste segmento do mercado de trabalho, não se enquadrar nas exigências legais.
“Emprego atualmente está difícil de conseguir”, arrematou a vereadora sugerindo reunião do Executivo com os mototaxistas, "para que as opiniões dos dois lados sejam ouvidas". Ela obteve apoio de Machadinho/PT do B, para quem “é preciso regularizar de forma bem feita, para não haver problemas futuros”.
André Pessata/PSC e Leo Moreira/PSB ressaltaram ainda a importância de tal regularização, concordando com o raciocínio de que, como qualquer área profissional, esse serviço precisa de regras. "Sem isso, estão prejudicados os demais serviços de transporte público tributados na cidade", assinalou Leo adiantando que o Legislativo recebe “questionamentos a respeito”. Além do mais, “ainda precisamos discutir muito sobre transporte público na cidade”, arrematou ele.
Em entrevista para esta FOLHA, um taxista que preferiu não se identificar disse que acha que a decisão não irá afetar o trabalho dos taxistas: “Creio que são clientes diferentes, pois o cliente que costuma pegar táxi, muitas vezes em família, não terá como andar de mototáxi ou não gosta.”
O taxista continuou: "Além disso, temos alguns locais perigosos aonde os mototaxistas vão, e eu, na condição de taxista, não vou levar um cliente. Mas acho que tem que regularizar sim e também separar os serviços de mototáxi e motoboy, pois são profissões diferentes."