Sob a tempestade que afetou a cidade na noite de 20/1 (leia aqui), transcorreu, na Igreja Matriz São Sebastião/Centro Histórico, a missa de conclusão da Semana de Louvor ao Padroeiro do Município. Pouco antes, a procissão solene foi encerrada com a chegada da forte chuva de verão.
O pároco, padre José Afonso de Lemos, comandou a celebração ao lado dos administradores das Paróquias Santíssima Trindade e São Pedro, respectivamente padres Fernando Paulo e Luiz da Paixão.
Padre Luiz é vigário episcopal da Região Leste da Arquidiocese de Mariana e se sobressaiu em momento inusitado, ao celebrar a missa da oitava noite (18/1) da Novena do Padroeiro.
Padre Paixão foi interrompido pelo médico veterinário e empreendedor rural Gilberto de Almeida Costa (vídeo mais abaixo), que pediu a palavra para perguntar ao sacerdote a razão do uso da cor vermelha naquela missa. "O vermelho significa sangue, morte, guerra, retrocesso, desunião. O verde e o amarelo são progresso, ar puro, natureza e água", disse o manifestante, que começou a pregar assim:
"No meu trabalho, a missão é o agronegócio, Deus, saúde, família e trabalho. A cor da nossa bandeira é verde e amarela, ordem e progresso. A outra é preto e branco, desordem e retrocesso. E tenho o prazer de dizer que trabalho 14 horas por dia no agronegócio, ajudando, protegendo os animais, as pessoas, os menos favorecidos."
Sem alterar o tom da voz, padre Luiz arrematou: "É bom que todos saibam que, desde o início do cristianismo, a Igreja usa a cor vermelha lembrando o martírio de São Sebastião. Ele derramou seu sangue por causa de Cristo."
Bastante aplaudido ao final, o sacerdote continuou: "Também na Sexta-Feira Santa, a gente celebra de vermelho para lembrar o sangue derramado por Cristo. Concluo dizendo que a cor vermelha na liturgia é para recordar o sangue de Cristo e também dos que morreram para defender a fé."
Leitor desta FOLHA enviou foto da bênção de animais e cavaleiros, ocorrida às 12h de 20/1, com a bandeira vermelha (em louvor ao santo), levada pelo radialista Compadre Danilo/Rádio Ponte Nova ao lado dos que desfilaram com as bandeiras da cidade, de Minas e do Brasil.