Na tarde desse sábado (13/5), na sede do Grupo de Teatro Viver com Arte, no bairro Triângulo, houve debate promovido pelo Movimento Diversidade LGBTI de Ponte Nova, com presença de Nilmário Miranda, secretário/MG de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania.
Érika Senna, presidente e fundadora da Ong, disse que a organização do segmento LGBTI constitui um marco para Ponte Nova. “Estamos aqui para exigir direitos, saúde, empregos e cultura. Nossa cidade tem ‘preconceito maquiado’ e é extremamente conservadora”, ponderou ela salientando a carência de políticas públicas locais e regionais em defesa deste segmento da sociedade.
“Queremos a Lei Rosa (leia abaixo) no município para proibir preconceitos e discriminação contra LGBTs. Vamos fazer trabalho principalmente de conscientização política”, destacou Érika, que também citou dificuldades de prosseguimento das ações afins na atual gestão municipal, a qual depende da Reforma Administrativa para ativar a Secretaria de Cultura e Turismo, à qual o Movimento Diversidade está vinculado.
Para Luana Castro, tesoureira da Ong, existe, além disso, “muito atraso” na forma com que alguns educadores abordam a temática LGBTI nas escolas. Para ela, deveria haver projeto de formação de educadores.
Nilmário disse que ficou sabendo da fundação do Movimento através de notícia nesta FOLHA. “O passo que a cidade deu ao criar esta Ong é superimportante. Agora devem-se buscar direitos e apoio da Câmara, de sindicatos e de outros movimentos sociais”, assinalou ele, ressaltando a importância de se ter uma agenda também perante a Secretaria/PN de Saúde.
Participaram do debate três representantes do Coletivo Feminista Benditas – Michele Guimarães, Débora Sotero e Lívia Reis. "Reunimos 30 mulheres e estamos tentando espalhar o conhecimento da causa, divulgar materiais e textos relacionados, pois infelizmente ainda há um preconceito na cabeça das pessoas sobre o que é ser feminista, e considero importante este debate”, ressaltou Débora.
O vereador Hermano Luís/PT enfatizou a necessidade de se criar espaço para promover políticas públicas para o público LGBT, bem como a importância da Lei Rosa, pela qual, em Juiz de Fora, prevê-se punição a toda e qualquer manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra qualquer cidadão homossexual, bisssexual ou transgênero. Conforme Hermano, em 25/5, representante do Movimento Diversidade deve falar na Tribuna Livre da Câmara, onde ele pretende, em curto prazo, apresentar projeto local da Lei Rosa.
De sua parte, Michele Guimarães (recém-empossada como presidente do Diretório do PT pontenovense) reivindicou, de Nilmário, providências que fortaleçam movimentos de mulheres e de LGBTI, pois “no Governo atual do nosso Município está muito complicado prosseguir com ações como esta”.
“Minha presença aqui é para reconhecer o movimento e encorajá-los a não se deterem frente aos obstáculos, pois precisamos todos avançar. Os direitos têm que virar políticas públicas para que independam de governos e partidos, e para isto precisamos de movimentos fortes e de muita participação social. Lírios não nascem apenas das leis, nascem das lutas”, finalizou Nilmário.