Na Semana da Mulher, esta FOLHA enviou duas perguntas para Creuza Raimundi Fernandes, master coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching/IBC
FOLHA – Considerando o Dia Internacional da Mulher (8/3) e o Ano do Sesquicentenário de Ponte Nova, quais são as reivindicações que você prioriza como forma de otimizar a inclusão feminina na vida política e social de nosso município?
Creuza – Queremos uma cidade mais próspera e mais justa, e entendo que isso só acontecerá com investimento verdadeiro na educação. Todos têm esse direito por lei, mas não existe qualidade. A educação do nosso município ainda é carente de coisas elementares, tais como creche o ano inteiro.
Acredito que qualquer transformação na sociedade só ocorrerá com atenção e intenção voltadas para a educação. Enquanto isso não acontece, perpetuam-se os comportamentos de alguns políticos que já conhecemos bem.
Otimizar a inclusão da mulher na vida política e social é questão de justiça, e isso pode dar-se também por meio de variadas estratégias e ações, tais como seminários, campanhas e cursos de formação política. Isso é também questão de vontade política!
FOLHA – Considerando o período que antecede a campanha pró-eleições municipais de outubro, como explicar as poucas candidaturas femininas vitoriosas e como criar ambiente para maior inserção das mulheres na vida político-partidária?
Creuza – As poucas candidaturas femininas vitoriosas são consequência da forma como nosso sistema ainda é estruturado, organizado e dominado pelos homens, que são privilegiadas na política.
E volto à questão da educação: as mudanças só virão através dela. O sistema educacional está parado no tempo. As medidas apresentadas não atingem a base, não resultam em mudanças.
A mulher é capaz de fazer coisas incríveis, tem uma força muito grande dentro de si, é desafiada a criar e educar os filhos, mas ainda tem dificuldade em se ver na política, embora haja a Lei 12.891 (art. 93), de 11/12/ 2013, “destinada a incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política”.
Com boa vontade e fazendo valer essa lei, isto pode ser uma ação que contribua para maior participação das mulheres na vida política.