FOLHA – Considerando o Dia Internacional da Mulher (8/3) e o Ano do Sesquicentenário de Ponte Nova, quais são as reivindicações que você prioriza como forma de otimizar a inclusão feminina na vida política e social de nosso município?
Lucimar – Não sou adepta de esperar que alguém ou algum órgão desenvolva ações que visem facilitar a entrada de qualquer classe, raça ou gênero no mercado, seja ele político ou social. A inclusão feminina em qualquer esfera deve se dar através do reconhecimento de suas competências e habilidades comprovadas, como líderes e agentes de mudança, e de seu direito de participar igualmente na governança democrática. Investimentos, porém, em políticas públicas voltadas para ampliação e implementação de políticas permanentes que contribuam para uma efetiva melhoria da condição de vida das mulheres e de sua consciência enquanto cidadã são imprescindíveis para o fortalecimento da participação feminina na execução de tarefas públicas, no mercado de trabalho e na educação.
FOLHA – Considerando o período que antecede a campanha pró-eleições municipais de outubro, como explicar as poucas candidaturas femininas vitoriosas e como criar ambiente para maior inserção das mulheres na vida político-partidária?
Lucimar – Ainda existe muita resistência por parte dos partidos políticos, que dificultam o acesso aos recursos do fundo partidário. O atual modelo de financiamento de campanha muitas vezes favorece candidaturas consideradas mais competitivas.
Infelizmente ainda existe o preconceito que determina lacunas de capacidade que significam que as mulheres são menos prováveis do que homens de ter a educação, os contatos e os recursos necessários para se tornarem líderes eficazes. É preciso mudar esta cultura e entender que, indiferente de gênero, raça ou cor, todos temos direitos e deveres iguais e que caráter, competência e conhecimento se medem no exercício de suas atividades.
